Trienal de Arquitectura vai promover reabilitação do Palácio Sinel de Cordes com pólo criativo

Concurso abriu esta sexta-feira.

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O aumento das rendas em Lisboa foi um dos temas debatidos na Trienal de Arquitectura Daniel Rocha

A Trienal de Arquitetura de Lisboa abriu esta sexta-feira um concurso para criar um pólo criativo no Palácio Sinel de Cordes, em Lisboa, que tem como objectivo reabilitar o edifício e incentivar profissionais ligados à área.

O projecto de reabilitação do palácio, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa há dois anos para sede da Trienal, e do pólo criativo foi apresentado esta sexta-feira naquele espaço pela organização. 

Em declarações à agência Lusa, o arquitecto José Mateus, presidente da Trienal, explicou que o objectivo é "ligar a reabilitação arquitectónica do edifício ao funcionamento do pólo criativo". "Queremos resgatar o edifício do estado de quase ruína em que se encontrava quando aqui chegámos. Na verdade, essa recuperação começou desde que entrámos aqui, mas agora o processo terá outra dimensão", comentou sobre as obras nas coberturas.

O projecto de reabilitação agora apresentado foi realizado por uma equipa coordenada pela arquitecta Margarida Grácio Nunes, em articulação com o engenheiro João Appleton, e teve a pesquisa histórica a cargo do professor José de Monterroso Teixeira. Esta equipa estabeleceu as regras que serão de referência para os futuros ocupantes do Palácio Sinel de Cordes, e que virão constituir o pólo criativo com projectos de arquitetura, design, fotografia, e outros ligados à área.

O concurso que abre esta sexta-feira irá "valorizar projectos de qualidade de autores jovens", e do júri constam a ex-ministra e deputada Teresa Patrício Gouveia e os arquitectos João Carrilho da Graça e Graça Fonseca.

"Cada parceiro selecionado no concurso vai colocar em prática as regras definidas pela equipa para a reabilitação do espaço que ficará a seu cargo. Queremos que tenham uma relação intensa e de ajuda mútua", sublinhou, acrescentando que, depois da selecção, a Trienal terá na sua sede "importantes recursos para projectos futuros".

Sobre o custo global da reabilitação do palácio, José Mateus não quis avaliar com precisão, mas disse rondar um milhão de euros se fosse realizado de forma tradicional. "Uma intervenção com esta filosofia andará em cerca de um terço desse valor. Queremos investir de forma cirúrgica e muito racional neste projecto que poderá servir de exemplo para Lisboa e para Portugal", sustentou.

O concurso destina-se a "pessoas singulares, empresas, associações ou colectivos com projectos que revelem potencial de crescimento e um relevante impacto na cidade de Lisboa" e as candidaturas podem ser apresentadas através do site www.trienaldelisboa.com.

Sobre o termo do projecto de recuperação do palácio, o presidente da entidade espera que esteja concluído até 2016, ano em que se realiza a quarta edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa. 

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