Manuel Baltazar "veio a casa mesmo para se entregar”

O medo que pairava nas localidades de Trevões, Valongo dos Azeites e Penedono acabou agora que Manuel Baltazar foi detido. Muitos admitem que o viam e que o ajudavam mas não o denunciavam por receio.

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Alguns habitantes de Trevões, em São joão da Pesqueira, admitem ter ajudado Manuel Palito Paulo Pimenta (arquivo)

Esta manhã a população de Trevões acordou mais tranquila. Depois de um mês atribulado, Manuel Baltazar, conhecido por "Palito", segundo os habitantes, voltou para casa para ser capturado pelas autoridades. “Foi um mês muito duro para ele. Era escusado este sofrimento todo. Estava cansado, já não se aguentava. Achamos que ele veio a casa mesmo para se entregar”, explicam os moradores desta vila em S.João da Pesqueira, em Viseu.

O medo que pairava nas localidades de Trevões, Valongo dos Azeites e Penedono acabou. Muitos admitem que o viam mas não o denunciavam por receio. Contudo, dizem que há dez dias que não sabiam nada dele e que acreditavam que ele já pudesse estar morto.

Durante os 34 dias que Manuel "Palito" andou desaparecido, os amigos e vizinhos admitiram que o ajudavam e que ele nunca saiu da zona de Valongo dos Azeites, Trevões e Penedono, pois era o terreno que ele conhecia melhor. “Durante a fuga dele dei-lhe de comer. Disse-lhe para ele se entregar mas ele dizia que quando tivesse de ser apanhado era”, afirma um amigo de infância do arguido. Um habitante de Trevões disse mesmo que “sempre soubemos que ele ia lá a casa. Um dia vimos que tomou lá banho, deixou o esquentador ligado e roupa em cima da cama. Ele também encontrou muita gente aí no campo”.

"Só não matou a mulher e a filha porque não quis"
Quem o conhecia bem diz que nunca teve medo porque “ele era um homem pacato, nasceu aqui, criou os irmãos e nunca entrou em conflitos connosco, por isso, sabíamos que não nos ia fazer mal. Não era monstro nenhum”. Um amigo de Manuel "Palito" adianta, ainda, que “a tia e a sogra não se deviam ter metido na vida do casal. Elas é que lhe faziam a vida negra. Perseguiam-no. Só não matou a mulher e a filha porque não quis”. Um vizinho descreve Manuel Palito como um homem pouco sociável e que quase não se via. “Só depois do divórcio é que o começamos a ver mais”, explica. “Ficamos muito surpreendidos, éramos muito amigos dele. Nunca tivemos medo, connosco era muito bom. Ele não tinha problemas com ninguém a não ser com a família”, concluem.

Um dos maiores medos que por ali pairava estava associado a uma alegada lista feita por Manuel Baltazar e que teria mais de uma dezena de nomes que seriam as "pessoas a abater". “Pelo menos os que andavam na lista estão mais tranquilos. Já dormiram mais descansados”, adianta uma moradora que, explica, ainda: “Acho que não eram quinze pessoas mas ele tinha raiva de alguns caçadores”.

Em Trevões, em casa de Manuel Palito, a cunhada do alegado homicida detido na noite de ontem garante estar agora mais calma: “sei que está guardado e de lá não sai, Já não anda no monte a sofrer. Já sabemos o destino dele”.

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