Princípios de coesão no râguebi

Após um início do projecto Groundlink Caldas onde os resultados revelaram inconsistência, foram implementadas medida que se revelaram um sucesso

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Miguel Rodrigues

Quando no início da temporada a Groundlink assumiu o projecto para a equipa sénior do Caldas, com tantas caras novas e certas desistências, o clima era de alguma apreensão e desconfiança entre os jogadores.

Assumindo-se que num plantel de cerca de 30 jogadores, 10 eram novidade e com estatuto de “titulares”, muitas diferenças foram logo detectadas quer seja por valores e personalidades, quer seja pelas várias formas de estar no râguebi ou mesmo por situações profissionais e pessoais que também diferiam.

Esta mistura adivinhava-se explosiva, potencialmente negativa e até ao segundo terço da época foi bem real! Resultados como uma vitória difícil contra o RC Loulé e a eliminação da Taça contra o nosso maior rival RC Lousã tornou-nos mais vulneráveis e no epicentro do problema quando se falava em sucesso ou insucesso do projecto.

Mesmo com uma equipa acima da média na divisão onde estávamos, os resultados iniciais revelaram inconsistência. Em determinados jogos a equipa parecia desmoronar-se assim que começavam as dificuldades porque os jogadores não estavam em sintonia de objectivos e os resultados teimavam a não aparecer de acordo com as expectativas.

Não só era afectada a qualidade de jogo como um mau estar e nervosismo instalado passava para o exterior. Medidas tinham que ser tomadas e foram implementadas com excelentes resultados.

Passou a existir um grupo ao invés de individualidades, o sistema de jogo passou a ser cumprido, os jogadores tornaram-se mais respeitadores e os resultados passaram a ser expressivos.

Mas afinal o que mudou e como se cria então um grupo coeso?

Acima de tudo no nosso caso interessou perceber as expectativas de cada jogador, a ambição e dedicação de cada elemento e compreender o que cada um podia dar ao grupo seja a nível pessoal seja a nível da qualidade individual e aptidões “rugbisticas”. Outra questão que se tornou vital foi o nivelar de ambições. Num grupo de râguebi, toda a estrutura e toda a equipa deve estar em perfeita consonância quanto à sua ambição, sendo determinante e vital para o sucesso desportivo uma vez que por vezes problemas criados entre jogadores derivavam de dentro do mesmo caminho haver uma abordagem diferente para o ultrapassar.

No fundo, a determinação e ambição era a mesma mas a “fricção” derivava da desconfiança sobre o outro. Só quando confrontámos o grupo é que deu para perceber que esta barreira estava a escassas palavras de “queremos o mesmo”.

Nós, Groundlink Caldas, acreditávamos e acreditamos que o nosso grupo é ambicioso independentemente da diferente qualidade entre atletas e isso permitiu-nos chegar a uma final preparados mentalmente para vencer. A maior prova disso é o respeito mútuo que se vive nos treinos actualmente entre os “veteranos” e “catedráticos” do plantel e os mais jovens e promissores das Caldas da Rainha.

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