Câmara de Sintra cede três funcionários para evitar encerramento de centro de saúde

Unidade de S. João das Lampas estaria encerrada durante o Verão, entre Julho e Setembro, por falta de funcionários administrativos.

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Cargos de secretários clínicos são nalguns casos ocupados por desempregados Rui Gaudêncio

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, anunciou nesta terça-feira a cedência “a título excepcional” de três funcionários do município à extensão de saúde de São João das Lampas, para evitar o encerramento da unidade no período das férias de Verão, entre Julho e Setembro.

“A cedência é a título excepcional, é uma iniciativa da Câmara e espero que o Ministério da Saúde aceite”, disse ao PÚBLICO o presidente da autarquia, Basílio Horta. A alternativa, continua, era “não fazer nada, deixando os utentes durante três meses sem consultas”.

Segundo o presidente da câmara, a direcção do Agrupamento de Centros de Saúde Sintra-Mafra comunicou a impossibilidade de manter aberta a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de São João das Lampas durante o Verão, devido à ausência de funcionários administrativos, por motivo de férias ou aposentação. “Se o atendimento fosse suspenso, os utentes teriam que ir para a Terrugem [a cerca de quatro quilómetros], não podíamos permitir”, afirmou Basílio Horta.

A cedência foi anunciada na reunião pública desta terça-feira, depois de a União de Freguesias de São João das Lampas e Terrugem ter emitido na quinta-feira passada um comunicado a anunciar o “encerramento temporário” da unidade. Este comunicado motivou uma petição pública, que esta tarde tinha quase 50 assinaturas, na qual se pede a “firme intervenção dos órgãos autárquicos”.

“Estão cerca de 7000 utentes inscritos nesta unidade de saúde, com instalações modernas e recentes, feitas de raiz para o efeito, após longos anos de luta do povo (mais de 20) pela sua construção”, lê-se na petição. Os signatários temem que esteja a ser preparado o encerramento definitivo das instalações.

Já em Janeiro, a autarquia tinha aprovado uma moção proposta pelo movimento independente Sintrenses com Marco Almeida, a exigir ao Governo que assegurasse os meios humanos com vista ao normal funcionamento da rede de saúde pública no concelho. Nesta terça-feira, o mesmo movimento apresentou outra moção contra o encerramento da extensão de saúde, que foi aprovada com a abstenção do PSD e do PS, à excepção da vereadora socialista Piedade Mendes, que votou favoravelmente.

Os autores da moção consideram que a suspensão das consultas durante os meses de Verão "abre caminho ao possível encerramento definitivo" da unidade, que serve "principalmente uma população mais idosa e com menos recursos financeiros". A "fragilidade da rede de transportes públicos na freguesia [de São João das Lampas] e na ligação desta a Sintra" é outra das preocupações.

 

 

 


 
 

 
 

 

 

 

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