Há blues e rock’n’roll na Andaluzia e o seu nome é Guadalupe Plata

O trio espanhol tem três datas marcadas para Portugal: esta quinta em Lisboa, sexta-feira em Vila Real e sábado no Porto

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Os Guadalupe Plata, distinguidos este ano com o prémio Impala para melhor álbum europeu independente, inspiram-se no blues do Mississipi e transformam-no em cenário de thriller série B DR

Os Guadalupe Plata, é destes andaluzes que falamos, entendem muito bem: o blues, o rock’n’roll, os pântanos do Mississipi transformados em cenário de thriller série B. Como comprovará quem vir os concertos da digressão de três datas que a banda cumprirá em Portugal. Hoje, quinta-feira, estarão no Musicbox, em Lisboa (22h30, 6€). Sexta tocam no Club Vila Real, em Vila Real (22h, 4€) e sábado iremos vê-los no Maus Hábitos, no Porto (23h, 6€).

A banda de Ubeda, formada por Pedro de Dios Barceló, guitarrista e vocalista, Carlos Jimena, baterista, e Paco Luis Martos, baixista, andou a vaguear durante muito tempo. “Tocámos muita música psicadélica, fizemos música surf instrumental, percorremos todo o rock mais obscuro [antes de criar os Guadalupe Plata]”, explicavam o ano passado em entrevista ao Ípsilon, dada no âmbito da passagem pelo Optimus Primavera Sound. Tocaram muito e, depois de muito viajar, chegaram ao sítio certo. Guiou-os RL Burnside, o grande bluesman do Mississipi que consideram o seu “guia espiritual”, e uma noção aprimorada de que o primor, nestas coisas do blues, só atrapalha: isto é música para ser servida em estado bruto, com secção rítmica preparada para pôr a locomotiva em andamento, com a voz a gritar coisas importantes e urgentes (“yo no tengo nada”, berram em Jesus está llorando), com a harmónica a infernizar o espaço em volta com o seu som metálico e com a guitarra a variar entre o riff compassado, hormonas ao alto, e o slide endiabrado. É isso que se espera ouvir nos concertos portugueses.

Depois de um par de EPs, os Guadalupe Plata estrearam-se em álbum (homónimo) em 2011. Dois anos depois, chegou novo longa-duração, igualmente homónimo. Foi esse segundo disco que permitiu que ganhassem exposição além-fronteiras espanholas. Em Março deste ano, Guadalupe Plata garantiu-lhes o prémio Impala para melhor álbum europeu independente, para o qual estavam nomeados bandas como os Boards of Canada, os Sigur Ros ou os portugueses Peixe:Avião. Distinção que não interessará a ninguém quando nos depararmos com a banda em palco. Nesse momento, só quereremos saber daquilo que teremos perante nós. Blues’n’roll, directamente da Andaluzia. Sim, El blues es mi amigo. É o título de uma canção. E é verdade.

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