Museu da Misericórdia e Clérigos abrem em Dezembro

A requalificação dos Clérigos termina a 12 de Dezembro, 235 anos depois da primeira inauguração do monumento. O museu abre a 8 de Dezembro.

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Adriano Miranda

A Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) quer abrir o Museu da Misericórdia do Porto (MMIPO) a 8 de Dezembro deste ano e, com esse objectivo, vai celebrar, na terça-feira, o contrato de financiamento das obras de requalificação do edifício da Rua das Flores com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

O provedor da SCMP, António Tavares, disse ao PÚBLICO que a assinatura deste protocolo com a Comissão Diretiva do ON.2 será o “pontapé de saída para o projecto que tem como enquadramento a recuperação do edifício e a construção de um museu”, cujo prazo de execução é estimado em quatro meses.

A construção deste espaço museológico – previsto para o final de 2013 – tem sofrido atrasos devido, segundo o provedor da SCMP, às obras que ocuparam, durante alguns meses, a rua das Flores que se tornou exclusivamente pedonal em Março deste ano e ainda às obras na Casa da Prelada, que passou a albergar o arquivo e a biblioteca da SCMP de forma a libertar espaço para que o museu possa nascer.  

O MMIPO vai nascer no coração do Centro Histórico do Porto, se tudo correr como previsto, no início de Dezembro e vai permitir a portugueses e estrangeiros contemplar as valiosas peças da instituição, desde jóias a obras de arte de grande valor.

As obras de reconversão e adaptação do edifício estão orçadas em 1,275 milhões de euros, contando com uma comparticipação na ordem dos 872 mil euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder).

As declarações do provedor da SCMP sobre o MMIPO ocorreram nesta segunda-feira após a visita mensal às obras dos Clérigos, cuja conclusão está prevista também para Dezembro. António Tavares afirmou que esta é uma iniciativa “muito meritória da Irmandade dos Clérigos” e que “o esforço de recuperação” está a ter resultados visíveis.

Na visita aos Clérigos, marcaram presença entidades da sociedade civil como a Universidade do Porto e a Associação Comercial do Porto, o que foi visto pelo provedor como “um sinal claro de como se está a ver a cidade, a cooperar para criar conteúdos, a promover o turismo no Porto e a criar desenvolvimento económico”.

Também o presidente da Irmandade dos Clérigos, o Padre Américo Aguiar, explica que convidaram, para a visita mensal, estas entidades devido “à relação privilegiada” que mantêm e para “mostrar que as obras estão a correr bem e os prazos estão a ser cumpridos”.

De acordo com o Padre Américo, a presença do reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos – que cessa funções em Junho –, reforça o protocolo estabelecido entre a UP e a Irmandade, que se congratula com a atenção que alunos nacionais ou estrangeiros (em Portugal através do programa Erasmus) dedicam à obra de Nasoni, o arquitecto dos Clérigos, e à própria Irmandade que já foram alvo de vários trabalhos académicos.

A presença do provedor da Santa Casa, António Tavares é, de acordo com o Américo Aguiar, uma forma de “agradecer” todo o apoio, uma vez que “a Irmandade nasceu na SCMP e durante muitos anos teve lá a sua sede”. Também a presença do presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, serve para reforçar a ligação da Irmandade ao negócio e ao turismo. “Desde o início que queremos provocar a sinergia de todas estas áreas – a caridade, o conhecimento e o negócio, que identitárias do Porto - e esta visita sublinha exactamente esse reconhecimento”, indicou o Padre Américo.

A intervenção nos Clérigos está a avançar a passos largos e representa um investimento total de 2,6 milhões de euros, comparticipados em 1,7 milhões pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), cabendo o restante valor à Irmandade, com recurso ao programa Jessica. A inauguração está prevista para dia 12 de Dezembro, 235 anos depois da primeira inauguração do monumento.

Texto editado por Ana Fernandes

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