Últimos rebeldes deixaram Homs, a "capital da revolução"

Combatentes saíram em autocarros de Homs na mesma altura em que a rebelião libertava 70 pessoas que mantinha sequestradas.

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Em filas de autocarros, umas após outras, os últimos rebeldes abandonaram nesta quinta-feira a Cidade Velha de Homs, deixando para trás, deserto e em ruínas, aquele que foi o seu último bastião na antiga “capital da revolução”.

A retirada, ao abrigo de uma inédita trégua entre os rebeldes e o regime de Bashar al-Assad acordada na semana passada, decorreu sem incidentes. Os combatentes, acompanhados por alguns civis que os apoiaram nos últimos meses de cerco, tiveram salvo-conduto para sair de Homs e viajar até Dar al-Kabera, cidade no Norte da província ainda na mão dos rebeldes.

“Duas colunas transportando um total de 200 rebeldes já deixaram a Cidade Velha e uma terceira e última está agora a partir”, anunciou aos jornalistas o governador Talal al-Barazi, um dos artífices da trégua.

A Reuters dava conta de uma cidade em silêncio, de ruas desertas e bairros inteiros reduzidos a escombros – aqueles que a rebelião tomou em 2011 e que foi perdendo, um a um, na ofensiva iniciada no ano seguinte pelo Exército.

A AFP falou com vários deslocados que esperam já autorização para regressar, mas Yacoub al-Hillo, representante permanente da ONU na Síria, avisava que boa parte de Homs “está inabitável”, tanta é a destruição provocada pelos combates, que “inundaram a zona de engenhos por explodir”.

Cumprindo a sua parte do acordo, os rebeldes libertaram nos últimos dois dias uma cidadã iraniana e 30 soldados sírios capturados em Alepo, e 40 civis capturados no Verão numa ofensiva dos jihadistas contra aldeias alauitas (a seita xiita a que pertence Assad) na província de Latakia (Oeste). Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os civis são quase todos mulheres e crianças. O acordo prevê ainda a entrada de ajuda humanitária em aldeias xiitas da região cercadas pelos rebeldes.

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