Festa, golo português e empate na despedida da Luz

Empate (1-1) entre Benfica e Vitória de Setúbal no último jogo da época na Luz.

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André Gomes marcou o primeiro golo português do Benfica no campeonato Hugo Correia/Reuters

Jorge Jesus disse-o logo a seguir ao jogo: “A festa desconcentrou os jogadores.” E a verdade é que o Benfica não foi a máquina competitiva que se tem visto de forma tão consistente esta temporada e a recepção ao Vitória de Setúbal foi mais um jogo de descompressão do que outra coisa, depois de garantido, há duas semanas, o 33.º título de campeão nacional e poucos dias após o heróico apuramento para a final da Liga Europa. O último jogo da época na Luz acabou num empate (1-1) que pouco beliscou a festa que se seguiu e que promete continuar nas próximas semanas, com a perspectiva de mais três finais para jogar e três troféus para conquistar.

Não foi a 12.ª vitória consecutiva no campeonato, mas este jogo contra os sadinos trouxe uma novidade. Pela primeira vez na Liga portuguesa esta época houve um golo de um jogador português do Benfica. Foi André Gomes, já vendido a um fundo e com futuro incerto, a dar mais uma amostra do seu talento, juntando a nacionalidade portuguesa à lista dos golos do Benfica, entre 16 golos brasileiros, 13 argentinos, 11 espanhóis, oito sérvios e sete paraguaios. E André Gomes também manteve a regra do Benfica esta temporada, de marcar sempre nos jogos em casa.

Para o último jogo na Luz, Jorge Jesus mexeu bastante na equipa, dando oportunidade, por exemplo, ao veterano Paulo Lopes, terceiro na hierarquia dos guarda-redes, de também ser campeão nesta época. E dava para ver que, com as pinturas do 33 na cara, os jogadores do Benfica estariam menos competitivos que o habitual. Disso se aproveitaram os homens de José Couceiro que não queriam ser apenas figurantes simpáticos da festa, mesmo que já não tivessem um grande objectivo por que lutar, com a manutenção garantida e a Europa fora do alcance.

Foram do Vitória as duas primeiras grandes oportunidades de golo. Aos 8’, Maxi Pereira faz um desvio providencial a um livre directo muito perigoso de Ricardo Horta e, aos 11, Pedro Queirós fez um passe para o coração da área benfiquista a que Rafael Martins não chegou por pouco.

O Benfica demorou a entrar no jogo e só num lance de bola parada ameaçou verdadeiramente a baliza sadina, com Luisão a cabecear por cima aos 40’ após canto.

Na segunda parte, o Benfica apareceu mais rigoroso e concentrado, mas voltou a conceder espaço e, aos 49’, um cruzamento perigoso de Acosta por pouco não chegou a Zequinha. Valeu a atenção de Siqueira.

O nulo foi desfeito aos 60’, numa excelente combinação entre Cardozo e André Gomes. O avançado paraguaio recebeu a bola e devolveu-a ao médio português, que, já dentro da área, bateu Kieszek.

O Benfica parecia ter tudo sob controlo para que tudo corresse na perfeição, mas o Vitória não se entregou. Uma excelente jogada individual de Pedro Tiba, aos 74’ só terminou com uma falta indiscutível de Maxi Pereira na área benfiquista. Rafael Martins, o goleador de serviço do Vitória, não falhou o penálti e fez o empate.

Paulo Lopes ainda foi a tempo de ser o herói ao defender para a trave um remate de Tiba, Kieszek fez o mesmo a remates de Lima e Cardozo, mas o resultou não mudou mais e o empate, não sendo o final perfeito para os benfiquistas, não impediu a festa.

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