E os cinco piores presidentes executivos de 2013 são…

O empresário brasileiro Eike Batista lidera o ranking.

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O empresário brasileiro Eike Baptista construiu um "ego" e não um negócio rentável REUTERS/Sergio Moraes

Um líder que se deixou levar pelo ego. Outro que não conseguiu fazer frente à concorrência. Estes são alguns dos casos que fazem parte do ranking de piores presidentes executivos de 2013.

Conhecido por se focar nos pontos fortes e fracos dos executivos, Sidney Finkelstein, professor de liderança e estratégia em Dartmouth, Estados Unidos, é o autor desta análise, centrando a sua pesquisa na forma como os líderes de grandes empresas tomam más decisões.

Para a realização da compilação, que foi noticiada pela BBC nesta terça-feira, o professor teve em consideração essencialmente três questões: se a empresa está ou poderá sofrer uma queda vertiginosa no seu desempenho; se o presidente executivo foi responsável pelos maus resultados; e se as decisões que tomou provocaram uma brecha na liderança e na estratégia da companhia.

Com a ambição de se tornar no homem mais rico do mundo, Eike Batista, empresário brasileiro, foi considerado o pior presidente executivo de 2013. Detentor de carros luxuosos, casado com uma modelo da Playboy e constantemente na ribalta, Batista acabou, na opinião de Sidney Finkelstein, por construir um “ego” e não um negócio rentável.

Depois de ter ganho grande parte da sua fortuna nas minas de ouro, acabou por investir, juntamente com outros sócios, num negócio de petróleo em offshore, que acabou por não ter os resultados desejados. De acordo com Sidney Finkelstein, quando Eike Batista concluiu que a investida tinha fracassado, tornou-se “mais num mestre em vendas — andou a bater às portas a vender seguros — do que num mestre em liderança”.

Ao fim de quase um ano e meio de trabalho, e de algumas consequências para a empresa em que trabalhava, Ron Jhonson foi despedido do cargo de presidente executivo na empresa norte-americana JC Penney. É a ele que pertence o segundo lugar do ranking.

O facto de ter ajudado Steve Jobs na criação de um dos conceitos das lojas da Apple funcionou como um incentivo para entrar na empresa. No entanto, depois de ter tentado adaptar os princípios da Apple a uma empresa que já existia há 111 anos, acabou por falhar na sua missão de presidente executivo.

Segundo o autor do ranking, “no final da sua pequena era na JC Penney, Ron Johnson saiu como um dos maiores insucessos entre os presidentes executivos da década”. “Com prejuízos trimestrais de meio bilião de dólares, perdas nas vendas, um preço de mercadoria reduzido a 50%, a receita caiu mais de quatro biliões e há uma permanente dúvida acerca da sobrevivência da companhia”, acrescenta. 

Entramos agora no mundo da tecnologia, onde encontramos em terceiro lugar Thorsten Heins, ex-presidente executivo da BlackBerry. O empresário entrou na empresa numa altura de crise, em que não se conseguia criar um equipamento que fizesse frente ao grande líder de mercado, o iPhone.

De acordo com a opinião de Sidney Finkelstein, o gestor acabou por não ajudar à recuperação da empresa. “É sempre importante para um presidente executivo que seja um excelente comunicador, ainda mais em situações de crise, mas infelizmente Heins nunca conseguiria comandar este lugar.”

Enquanto lutava para conseguir um lugar no mercado, os seus concorrentes acabaram por passar mais uma vez à sua frente. Como forma de combater essa situação, a empresa começou a produzir novos modelos e criou uma nova aplicação, o BBM Software, caracterizado por Sidney Finkelstein como a aplicação que assassinou a Blackberry.

Em termos económicos, as perdas da empresa chegaram até ao bilião de dólares. No que toca aos recursos humanos, foram dispensados milhares de empregados. O dia 4 de Novembro de 2013 é a data que marca o despedimento de Thorsten Heins. Na altura da sua saída, o valor da empresa em bolsa tinha um decréscimo de cerca de 43%.

O quarto lugar do pódio pertence a Eddie Lampert, um investidor e empresário americano que desempenha funções de presidente executivo da SearsHolding e da ESL Investments. O ano passado não foi o pior que a empresa teve. No entanto, existiram alguns indicadores que levaram Sidney Finkelstein a pôr em causa a sua eficiência.

Mesmo depois de encerrarem 300 lojas, o valor de vendas continuou a cair, descendo durante 27 trimestres consecutivos. Nos primeiros três meses de 2013, verificou-se ainda que a empresa perdeu cerca de 800 milhões de dólares.

A isto o professor acrescenta: “De facto, Lampert é anti-Mickey Drexler, o mais bem-sucedido presidente executivo proveniente da empresa de vestuário J Crew: não tem compreensão do negócio, não tem talento de mercado e não tem habilidade para organizar e incentivar os empregados. O resultado é uma firma falida”.

Proveniente de uma empresa multinacional, com elevados lucros, Steve Ballmer foi a escolha de Sidney Finkelstein para quinto pior presidente executivo de 2013. Os 14 anos que esteve na presidência executiva da Microsoft não foram suficientemente produtivos para o professor o deixar fora da compilação. De acordo com Finkelstein, “Ballmer e a Microsoft foram perdendo mercado atrás de mercado”, ao entrarem numa luta constante com a Apple.

A cultura adoptada na empresa, em que os trabalhadores que se situavam em altos cargos recebiam bónus e os que estavam em cargos de menos importância eram despedidos, é outra das causas apontadas por Sidney Finkelstein para o insucesso da empresa.

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