Benfica aguentou com menos um e teve prémio nos penáltis

Os "encarnados" chegam pela quinta vez à final da competição. "Dragões" não aproveitaram superioridade numérica.

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A maior eficácia do Benfica nos penáltis prolongou-lhe o estado de graça e “terminou” a péssima época do FC Porto, que não tem mais pelo que lutar e irá apenas cumprir calendário no campeonato – embora receba o seu rival na última jornada. O Benfica, por seu turno, mantém-se com possibilidade de conquistar quatro competições. As “águias” jogaram a partir dos 31 minutos com menos um no Estádio do Dragão, mas seguraram o 0-0 até ao fim e depois foram melhores no desempate por grandes penalidades (3-4), marcando encontro na final com o Rio Ave, com quem também discutirão a Taça de Portugal.

Com uma equipa maioritariamente formada por segundas escolhas, por causa da proximidade da decisiva 2ª mão das meias-finais da Liga Europa, com a Juventus, o Benfica não criou perigo, mas teve, como no resto da temporada, a competência e a capacidade necessárias para ultrapassar os problemas – neste caso, nomeadamente a expulsão de Steven Vitória por um derrube a Jackson à entrada da área quando o colombiano poderia ficar em boa situação para marcar. E por isso, e apesar de jogar no terreno do adversário, chegou pela quinta vez à final da Taça da Liga.

Quanto ao FC Porto, tal como na Luz, na Taça de Portugal, só pode queixar-se de si próprio. A jogar na máxima força, voltou a não saber aproveitar a vantagem numérica contra os “encarnados” e, estranhamente, teve quase todas as suas grandes oportunidades antes de se encontrar com mais um em campo. Dominou o jogo e a posse de bola, mas desperdiçou uma boa primeira parte, especialmente com os erros no remate de Jackson Martínez e, na segunda metade, faltou-lhe qualidade e quase nunca conseguiu incomodar Oblak a sério.

Primeiro sucesso nos penáltis
Apesar do longo historial de duelos entre as duas equipas, esta foi só a terceira ocasião que deixaram a decisão para a lotaria dos penáltis e apenas a primeira resolvida a favor do Benfica. Tal como nos dois precedentes existentes, ambos em finalíssimas da Supertaça Cândido de Oliveira, o resultado foi de 4-3, mas desta vez a favor dos lisboetas.

Foram precisos 12 remates da marca dos 11 metros para se encontrar o vencedor da eliminatória. Pelo Benfica, que primeiro, marcaram Siqueira, Jardel, Enzo Pérez e Ivan Cavaleiro e falharam Garay (barra) e André Gomes (defesa de Fabiano). Quintero, Ghilas e Varela foram os portistas que tiveram sucesso nas suas tentativas, enquanto Jackson (para fora), Maicon (Oblak) e, no último pontapé, Fernando (poste) não conseguiram facturar. Ambas as equipas falharam o segundo e o quarto remates.

Durante o jogo, Oblak foi sempre o guarda-redes que necessitou de estar mais atento. O esloveno e os brasileiros Siqueira e Lima foram os três titulares regulares que Jorge Jesus usou de início, embora não falta qualidade ao resto do plantel benfiquista. Ainda assim, foram os locais que tiveram mais oportunidades de alvejar a baliza. Herrera funcionou como o desequilibrador, pois foram principalmente as viagens do mexicano do centro para as alas que abanaram a defesa visitante.

Aos 10’, Jackson não conseguiu acertar nas redes – enviou por cima – e esse seria um tema recorrente do jogo. Falhou o alvo à boca da baliza aos 21’, com tudo para marcar, e perdeu depois o duelo com Oblak aos 26’ e aos 39’, neste último caso quando estava completamente isolado. Varela também não fez melhor aos 15’. No outro lado do campo, as tentativas mais perigosas do Benfica acabaram nos pés de Maicon, que teve três cortes decisivos durante um jogo que não teve direito a prolongamento, como está nas regras da prova.

O Benfica cerrou fileiras após a expulsão e, na segunda metade, o mais perto que o FC Porto esteve de marcar foi num remate de Herrera que passou perto.

Com o título de campeão já garantido, o Benfica voltou a sair por cima de um duelo com o FC Porto. Conseguiu nova final e poupou energias para Turim. Os portistas vão acabar a época só com a Supertaça no currículo.

Hernâni Gonçalves homenageado
Antes do início da partida, cumpriu-se um minuto em honra de Hernâni Gonçalves, antigo treinador-adjunto e preparador físico do FC Porto, Boavista e da selecção portuguesa, que morreu na sexta-feira, aos 73 anos, vítima de doença. O homem que também era conhecido por “Professor Bitaites” contribuiu para o FC Porto ganhar oito campeonatos e sete Taças de Portugal.

Ficha de jogo
FC Porto, 0 (3)
Benfica, 0 (4)

Estádio do Dragão, no Porto.
Assistência 26.109 espectadores

FC Porto Fabiano, Danilo (Ricardo, 79'), Maicon, Mangala, Alex Sandro, Fernando, Defour (Quintero, 55'), Herrera, Quaresma (Ghilas, 71'), Varela e Jackson Martínez.
Treinador: Luís Castro.

Benfica Oblak, André Almeida, Jardel, Steven Vitória, Siqueira, Rúben Amorim (Enzo Perez, 77'), André Gomes, Ivan Cavaleiro, Sulejmani, Lima (Garay, 36') e Cardozo (Markovic, 63').
Treinador: Jorge Jesus.

Árbitro Marco Ferreira (AF Madeira).
Amarelos André Almeida (81') e Danilo (78')
Vermelho directo Steven Vitória (31').

Grandes penalidades 0-1, por Siqueira; 1-1, por Quintero; 1-1, por Garay (atirou à trave); 1-1, por Jackson (por cima da trave); 1-2, por Jardel; 2-2, por Ghilas; 2-2, por André Gomes (Fabiano defendeu); 2-2, por Maicon (Oblak defendeu); 2-3, por Enzo Pérez; 3-3, por Varela; 3-4, por Ivan Cavaleiro; 3-4, por Fernando (Oblak defendeu).

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