Guias sherpas não vão subir mais ao Evereste durante esta época

Em homenagem aos guias mortos em avalanche na sexta-feira.

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Treze guias morreram na sexta-feira e três outros são dados como desaparecidos Navesh Chitrakar/Reuters

Os guias sherpas decidiram que não vão voltar a escalar o Monte Evereste esta temporada depois de 13 dos seus colegas terem morrido na última sexta-feira numa avalanche. Aquele que é já considerado o acidente mais mortal da história do montanhismo recente na mais alta montanha do mundo levou vários alpinistas estrangeiros a cancelarem expedições no local.

“Tivemos uma longa reunião esta manhã e decidimos que não vamos mais escalar este ano, em homenagem aos nossos irmãos. A decisão dos sherpas é unânime”, confirmou Tulsi Gurung, um dos guias e irmão de uma das vítimas mortais, à AFP. Segundo Gurung, alguns guias já deixaram o Evereste e outros deverão segui-los durante esta semana.

Na sexta-feira, um grupo de sherpas que transportava equipamentos para expedições no Evereste, que nesta altura do ano inicia a época alta de escalada, foram vítimas de uma avalanche a cerca de 5800 metros de altitude. Treze guias morreram e três outros são ainda dados como desaparecidos.

A decisão dos sherpas ocorre quando decorrem conversações com o governo nepalês. Na segunda-feira, os guias ameaçaram pôr fim à temporada de apoio a expedições caso o governo não respondesse em sete dias às suas reivindicações, nomeadamente uma compensação mais elevada que os 400 dólares (290 euros) oferecidos pelo executivo, bem como seguros de vida com prémios mais elevados.

Pedem ainda garantias de equipas de socorro presentes para responder em casos como o ocorrido na sexta-feira e locais de tratamento para os sherpas. Para as famílias das vítimas mortais e para os feridos que ficaram incapacitados de trabalhar pediram a entrega de 10 mil dólares (7200 euros).  

O governo nepalês permite que por época subam ao Evereste 734 pessoas, entre estas 400 guias, distribuídas por 32 expedições. Os alpinistas pagam várias dezenas de milhares de dólares por expedição. Os guias ganham entre 3000 e 6000 dólares (2170 e 4240 euros) por temporada, mas não têm uma boa cobertura de seguro.

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