Atraso nas obras da piscina dos Olivais adia inauguração para o Outono

Representante da Ingesport fala em problemas com o empreiteiro, que teve de ser substituído. Os trabalhos, cuja conclusão estava prevista para o Verão passado, representam um investimento espanhol de cerca de nove milhões de euros em Lisboa.

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Encerrada em 2005, a piscina dos Olivais esteve város anos abandonada e sujeita a actos de vandalismo Helena Colaço Salazar/Arquivo

As obras de requalificação da piscina municipal dos Olivais, em Lisboa, onde vai nascer um complexo desportivo com múltiplas valências, estão mais uma vez atrasadas. A Ingesport, concessionária do espaço, estima que a inauguração possa acontecer em Setembro ou Outubro, depois de sucessivos adiamentos e de ter estado prevista já para este mês de Abril.

Segundo o representante em Portugal da espanhola Ingesport, que vai gerir o espaço por 35 anos, foi necessário trocar de empreiteiro. “A construtora não cumpriu prazos e outras questões que se levantavam em relação ao andamento da obra”, diz José Luís Costa. Isto obrigou a contratar outra empresa – a UDRA, do grupo espanhol SanJose. “A alteração já foi aprovada pela câmara”, garante. Mas as obras ainda estão paradas.

O início dos trabalhos foi anunciado em Dezembro de 2012, com um prazo de execução de 14 meses, mas tanto a empresa como a autarquia acreditavam que estaria tudo pronto no Verão de 2013. Em Março desse ano, o então vereador municipal do Desporto, Manuel Brito, dizia ao PÚBLICO que havia um problema no fornecimento de energia ao local das obras, o que atrasou o andamento dos trabalhos. O Inverno rigoroso também não ajudou.

Falhado o prazo, a empresa apontou nova data: Abril de 2014. Mas ainda não é desta. “A inauguração deve acontecer, em princípio, em Setembro ou Outubro, a tempo do início do novo ano lectivo”, prevê José Luís Costa. “É uma obra complexa, não se pode deitar abaixo o que está lá, que é património municipal, há que respeitar a traça arquitectónica e os baixos-relevos”, argumenta.

A Junta de Freguesia dos Olivais diz estar a acompanhar o processo em conjunto com a Câmara de Lisboa, proprietária do espaço. "Esperamos que seja retomado o andamento da obra e que a mesma fique concluída o mais brevemente possível", diz Duarte Carreira, vogal na junta, que recusa comentar o prazo apontado pela empresa para a conclusão.

Segundo José Luís Costa, o projecto inicial, baseado no conceito de “desporto para todos a preços acessíveis”,  mantém-se. Com descontos para residentes na zona e famílias, o complexo de 7400 metros quadrados terá uma sala de fitness, seis estúdios para aulas de grupo, quatro piscinas e spa. Vai incluir ainda três campos de padel, um campo exterior de futsal e estacionamento gratuito. A empresa espera atrair 11 mil a 12 mil clientes e conta começar em Julho a pré-venda de passes online.

A empreitada representa um investimento de cerca nove milhões de euros totalmente a cargo do grupo Ingesport, que tem mais de uma dezena de ginásios em Espanha. “O complexo dos Olivais vai gerar cerca de 50 postos de trabalho fixos”, salienta José Luís Costa.

A piscina municipal dos Olivais foi encerrada em 2005. Quatro anos depois, o concurso público para a requalificação desta e de outras duas piscinas, situadas no Campo Grande e no Areeiro, ficou deserto. Em 2010, a câmara lançou novo concurso internacional e a Ingesport venceu a concessão das piscinas dos Olivais e do Campo Grande. No entanto, nos dois locais as obras demoraram a arrancar, enquanto se acentuavam as marcas de abandono e vandalismo.

O contrato de concessão para a piscina do Campo Grande, no valor de sete milhões de euros, só foi assinado entre a empresa e o município em Setembro de 2013. A conclusão das obras está também prevista para o Outono.  

A empresa espanhola Sidecu ganhou a concessão da piscina do Areeiro, também por 35 anos – período durante o qual os concessionários têm de transferir 3% dos lucros anuais para a câmara. As obras de requalificação começaram em Outubro e têm também conclusão prevista para Setembro.

Câmara estuda solução para a piscina da Penha de França
A piscina municipal da freguesia da Penha de França, encerrada no final de 2010 por causa de "anomalias estruturais", continua fechada e sem data para reabrir. A câmara aceitou entregar a gestão do espaço à Associação Estrelas de São João de Brito, mas o Tribunal de Contas recomendou alterações ao contrato inicial (aprovado em Julho de 2013), que obrigaram a uma renegociação.

Em declarações ao blogue de informação local O Corvo, o vereador municipal do desporto, Jorge Máximo, disse que terá “brevemente” um acordo fechado com aquela instituição, o qual terá ainda de ser discutido e aprovado pela Assembleia Municipal de Lisboa (AML). O gabinete de comunicação da câmara respondeu ao PÚBLICO que o vereador apenas falará na reunião da AML nesta terça-feira – onde será discutido um parecer da Comissão Permanente de Cultura, Educação, Juventude e Desporto sobre este tema -, recusando falar à comunicação social antes de o fazer perante os deputados.

O PÚBLICO tentou contactar a presidente da Junta de Freguesia da Penha de França, Elisa Madureira (PS), e o presidente da Associação Estrelas João de Brito, Nuno Marçal Lopes, mas não obteve resposta. Este responsável adiantou a O Corvo que se o acordo entre a associação e a câmara for aprovado nos próximos três meses a piscina poderá reabrir em Junho de 2015. As obras serão custeadas em 45% por esta associação sediada em Alvalade, que se dedica ao treino de nadadores federados e tem protocolos com a câmara para garantir natação aos alunos das escolas.

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