PJ finaliza investigação ao Meco dentro de um mês para entregar relatório final ao MP

Investigadores aguardam apenas dados de operadores telefónicas. MP ouve esta sexta-feira as duas últimas testemunhas indicadas.

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Miguel Manso

A investigação ao caso do Meco deverá ser concluída pela Polícia Judiciária (PJ) dentro de um mês, confirmou ao PÚBLICO fonte daquela polícia. Neste momento, em que a investigação está na recta final, o processo aguarda apenas a chegada de provas documentais referentes a dados requeridos a operadoras telefónicas.

Após a chegada desses dados, a PJ irá então concluir o relatório final que entregará ao Ministério Público (MP) de Almada titular do inquérito às mortes, em Dezembro, dos seis estudantes na praia do Meco, em Aiana de Cima, Sesimbra.

O relatório incluirá todas as provas encontradas e as descrição dos factos apurados, para que o procurador decida, nessa altura, deduzir acusação ou arquivar o processo, fundamentando a decisão.

Ao que o PÚBLICO apurou, dada a mediatização do caso, o relatório será concluído com uma decisão que, a PJ insiste, será exaustivamente fundamentada para que seja inatacável.

Os familiares dos jovens, que se constituíram assistentes no processo, têm sido ouvidos nos últimos dias no MP de Almada. O procurador ainda irá ouvir  na tarde de sexta-feira os pais de uma das estudantes, Carina Sanchez. São as duas últimas testemunhas indicadas. Fonte ligada ao processo explicou que as 11 pessoas ouvidas, nomeadamente pais das vítimas, têm apenas confirmado no essencial o que tinham já dito quando inquiridos pela PJ.

Os pais haviam requerido a audição de 50 pessoas, porém, nem todas foram ouvidas. O MP e a PJ terão apenas seleccionado cerca de 20 pessoas.

A situação, já havia confirmado fonte da PJ, atrasou um pouco a investigação já que obrigou a rastrear a importância dos nomes apontados. Aliás, a maior parte das diligências sugeridas pelos assistentes já tinha sido realizada pelos investigadores. O mesmo sucedeu com as testemunhas indicadas.

Todos os nomes, informações e possíveis contributos para a investigação tiveram então de passar pelo rastreio dos inspectores da equipa da PJ de Setúbal.

A linha de investigação da PJ que tem saído mais fortalecida é de que as mortes resultaram de um acidente, não havendo provas directas de responsabilidade criminal do único sobrevivente. Por este motivo, confirmou a PJ, para já não há qualquer arguido constituído no processo, cenário que, a continuar, impossibilitará o MP de deduzir acusação.

O único sobrevivente, o dux e presidente da Comissão Oficial de Praxe (COPA) da Universidade Lusófona, João Miguel Gouveia, já foi ouvido pela polícia, mas enquanto testemunha.

Os investigadores efectuaram perícias a um diário de uma das jovens e aos telemóveis das vítimas que continham mensagens e registos de chamadas e fizeram ainda a reconstituição do cenário da tragédia que vitimou os seis jovens, na madrugada de 15 de Dezembro.

As famílias realizam para a semana, a 15 de Abril precisamente quatro meses após o acidente), uma homenagem às vítimas na praia do Meco. “É um momento simbólico, pelas 18h, com familiares e amigos para homenagear os jovens e não deixar esquecer esta tragédia”, disse ao PÚBLICO o advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro.

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