Nasceu em Braga um novo portal para os artistas emergentes venderem o seu trabalho

Chama-se Shair e é uma iniciativa da construtora DST que, além de um site, tem uma galeria destinada a expor as obras. Até ao final do ano, a empresa espera abrir um novo espaço em Lisboa.

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O Shair entra em funcionamento este sábado (11h) com a exposição inaugural da galeria Emergentes, onde estarão expostas 70 obras de 21 artistas escolhidos

Os artistas em início de carreira têm a partir deste sábado uma nova plataforma ao seu dispor para vender o seu trabalho.

O Shair é um site na internet que vai dar a oportunidade aos criadores emergentes de divulgarem o seu trabalho em áreas como a pintura, a escultura ou a fotografia. O projecto tem uma vocação comercial, ou não fosse lançado por uma empresa, a construtora DST, sediada em Braga, que tem apoiado outras iniciativas na área cultural nos últimos anos.

O Shair - acessível através de www.shairproject.com – apresenta-se como “uma rede dedicada à divulgação e comercialização de arte emergente”. “Há uma sede de maior retorno material entre os artistas emergentes”, defende Mariana Gomes, criadora do projecto. Este não é a primeira iniciativa na área cultural da construtora DST, que também entrega, desde 1995, um Prémio de Literatura e instituiu, há cinco anos, prémio de fotografia Emergentes, entregue por ocasião dos Encontros da Imagem. Foi precisamente a pensar na iniciativa realizada durante o maior festival de fotografia nacional que a empresa criou a Galeria Emergentes DST, na rua do Raio, em Braga.

“Tínhamos a galeria, mas não tínhamos um modelo de negócio”, explica o presidente do grupo DST, José Teixeira. Mariana Gomes, 23 anos, tinha começado a trabalhar há poucos meses na empresa, quando foi aberto um concurso de ideias entre os trabalhadores para a exploração comercial da galeria. “Já andava a pensar nisto, porque tenho muitos amigos no sector das artes”, conta, mas a ideia acabou por ser trabalhada pelo sector de inovação do grupo antes de dar origem ao Shair. A plataforma que assumirá a forma de empresa, na qual Mariana Gomes terá uma participação de 25%.

Apesar de a galeria Emergentes ter sido criada a pensar na fotografia, o Shair está aberto também a obras de pintura, escultura, ilustração, desenho ou técnicas de impressão. “Admitem-se vários registos, porque não queremos nenhum tipo de condicionamento, como acontece na maioria das galerias”, defende José Teixeira. Os artistas interessados podem inscrever-se a partir deste sábado na plataforma digital e fazer o upload dos seus trabalhos. Mensalmente, o público vai votar on-line nos seus trabalhos favoritos, mas de modo a evitar que o processo seja desvirtuado, será convidado mensalmente um artista, curador ou crítico para avaliar as obras, cuja opinião terá um peso de 40% na decisão final.

As peças escolhidas passam depois para o espaço físico da galeria Emergentes, onde serão expostas durante um mês, período durante o qual as obras estarão em leilão online. A galeria cobra uma comissão de 30%. “Tem que se pagar as obras aos artistas”, defende José Teixeira.

O projecto foi anunciado no mês passado e foi bem acolhido entre a comunidade artística, com dezenas de mostras de disponibilidade de criadores para nele participarem. Por isso, a DST quer abrir mais galerias Emergentes. Até ao final do ano, a intenção é ter um espaço em Lisboa, mas como o projecto nasce “com uma vocação internacional”, no próximo ano poderá chegar a Luanda, onde a empresa tem negócios.

O Shair entra em funcionamento este sábado (11h) com a exposição inaugural da galeria Emergentes, onde estarão expostas 70 obras de 21 artistas escolhidos, desta vez directamente, pela DST. Durante a tarde há vários espectáculos marcados no centro da cidade, para assinalar o lançamento, entre os quais a performance “A Última Aduela - fragmentos” pela Companhia Erva Daninha. À noite, há concertos no espaço Toca (no centro comercial BragaShopping) com Cavalheiro, Filho da Mãe e Sensible Soccers.

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