Mortes nas estradas diminuem, mas Portugal continua acima da média da União Europeia

Entre 2010 e 2013 a sinistralidade rodoviária diminuiu 17% na União Europeia, o que significa que "foram salvas cerca de nove mil vidas".

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A GNR contabilizou 884 acidentes rodoviários, menos 137 do que em 2011 Fernando Veludo/nFactos

Apesar da progressiva e significativa redução do número de mortos nas estradas, Portugal continua acima da média da União Europeia (UE) na sinistralidade rodoviária. Dados preliminares divulgados esta segunda-feira pela Comissão Europeia indicam que as mortes em acidentes rodoviários diminuíram 9% entre 2012 e 2013 em Portugal, ano em que a taxa de sinistralidade atingiu o valor mais baixo de sempre no país – 62 mortes por milhão de habitantes. Mesmo assim, situou-se acima da média da UE (52 mortes por milhão de habitantes).

“2013 é o segundo ano consecutivo em que se registou uma impressionante diminuição do número de mortos nas estradas europeias", destaca a Comissão Europeia, em comunicado, acrescentando que a UE "está em boa posição para atingir o objectivo estratégico de reduzir para metade o número de mortos nas estradas entre 2010 e 2020”. 

A diminuição de 17% desde 2010 significa que “foram salvas cerca de nove mil vidas”, estima. “No entanto, ainda morrem todos os dias 70 pessoas nas estradas europeias, pelo que não podemos ser complacentes”, lembra Siim Kallas, vice-presidente da Comissão e comissário europeu responsável pela mobilidade e os transportes.

As estatísticas demonstram que a sinistralidade rodoviária ainda varia muito de país para país. Os países com o menor número de vítimas mortais em acidentes de viação são a Suécia (28 por milhão de habitantes), o Reino Unido (29) e a Dinamarca (32). Do lado oposto, com o maior número de mortos, estão a Roménia (92), a Polónia e o Luxemburgo (87 cada). A Espanha, a Alemanha e a Eslováquia melhoraram as suas posições na lista, juntando-se assim aos países com melhores resultados. Portugal, que conseguiu a sexta maior redução da UE, desde 2010, encontra-se agora a meio da tabela, quando em 2001 estava nos lugares cimerios, com 163 mortos por milhão de habitantes.

Uma característica “preocupante” das estatísticaseuropeias é a situação "dos utentes vulneráveis na via pública”: o número de peões mortos está a diminuir em menor grau do que o esperado e, recentemente, o número de ciclistas mortos tem mesmo vindo a aumentar. Um resultado que se deve em parte ao facto de cada vez mais pessoas se deslocarem de bicicleta.  “O desafio para os estados-membros é encorajarem as pessoas a usarem mais a bicicleta em vez do carro, mas assegurarem que essa mudança não penaliza a segurança", frisa a Comissão Europeia.

No início do ano, num balanço preliminar da sinistralidade rodoviária em Portugal, concluia-se que nunca o número de mortes em acidentes rodoviários tinha sido tão baixo como em 2013: cerca de meia centena, segundo dados provisórios da GNR, que controla mais de 90% das estradas do país. A GNR estimava então que o valor não devia aumentar mais do que 10%, porque os números provisórios de Dezembro não incluíam os óbitos contabilizados até 30 dias após o acidente.

A PSP registou 82 vítimas mortais nas áreas sob a sua jurisdição.

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