Assis acusa Governo de ser “ideologicamente extremista”

Candidato socialista às europeias convicto de que o PS vai ganhar as eleições de Maio.

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Enric Vives-Rubio
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O cabeça de lista do PS às eleições europeias acusou este domingo o Governo de ser “ideologicamente extremista” e “funcionalmente incompetente”. Francisco Assis falava na apresentação da lista de 21 candidatos, na sede do partido.

Num discurso mais carregado de críticas ao Executivo de Passos Coelho do que o do próprio António José Seguro, Francisco Assis desejou que o PS “ganhe” as próximas eleições legislativas para o país ter uma nova “visão”. “Este Governo está a destruir algumas conquistas que foram consensualmente conseguidas. É ideologicamente extremista e funcionalmente incompetente”, afirmou, perante uma sala cheia de militantes.

Para Francisco Assis, o balanço de três anos de governação de maioria de direita é negro. “Economia mais débil, uma sociedade mais desigual e menos confiante no futuro”, afirmou, considerando que “a aplicação de uma solução liberal produziu um país mais pobre e periférico”. E exigiu: “É preciso parar com esta austeridade patológica”.

Muito menos agressivo, o secretário-geral António José Seguro voltou a sustentar que a austeridade do actual Executivo é mais do que a necessária e que só parte dela é decidida em Bruxelas. “Há também um excesso de zelo do Governo no sentido de aplicar política de sacrifícios, não encontra razoabilidade e não consegue equilibrar as contas públicas”, apontou Seguro.

As farpas ao Governo surgiram no mesmo discurso em que o cabeça de lista assegurou que, na campanha para as europeias, os socialistas não contariam para a “pequena quezília”.  Se para as legislativas Assis formulou um desejo, para as europeias revelou a sua convicção. “Estou convencido que vamos ganhar, estou convencido que assim vai ser”, disse, retirando qualquer conotação de “arrogância” da sua frase.

Defendendo que Portugal “deve assumir a sua voz na Europa”, Francisco Assis assumiu o que deve ser esse papel e deu a garantia de que é o que o PS vai fazer: “A primeira ruptura é abandonar esta postura de subserviência acrítica e assumir uma postura de exigência responsável.”

O cabeça de lista do PS avançou também com um objectivo eleitoral no Parlamento Europeu: “Derrotar a actual maioria conservadora e substituí-la por uma maioria socialista e social-democrata”. Mas a meta não se cinge ao Parlamento Europeu: “Temos hoje possibilidade de eleger nova maioria e contribuir para a eleição de Martin Schulz para a Comissão Europeia.”

No final da sessão, a atenção dos jornalistas esteve centrada em Pedro Silva Pereira, ex-ministro de José Sócrates, e que surge em sétimo lugar na lista. O deputado aproveitou para responder a Paulo Rangel, cabeça de lista da maioria PSD/CDS, que acusou o PS se estar a reconciliar-se com o "despesismo". "Creio que o doutor Paulo Rangel deve estar muito perturbado, ele quer desviar as atenções do facto de ele ser o candidato do Governo, que é um candidato responsável por uma política de empobrecimento", afirmou. 

A lista do PS às europeias de 25 de Maio foi aprovada por unanimidade, na passada terça-feira, na comissão política, e apresenta Maria João Rodrigues (ex-ministra socialista) em número dois, e Carlos Zorrinho (antigo líder parlamentar) em terceiro lugar. Do anterior grupo só se mantêm Elisa Ferreira e Ana Gomes. Em último lugar está o ensaísta Eduardo Lourenço. A sessão de apresentação terminou com uma fotografia de família, com todos os 21 candidatos. Um momento registado pelo próprio António José Seguro, que usou um telemóvel para captar a imagem, depois de ter estado ao lado dos candidatos.
 

   

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