Projecto para o Museu do Caramulo vence Prémio Vilalva

Teresa Nunes da Ponte, autora do projecto, foi responsável, antes, pela requalificação da conhecida Escola Secundária Padro António Vieira, em Lisboa

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Simulação das futuras salas do Museu do Caramulo DR

O projecto para a futura requalificação do Museu do Caramulo, que prevê a modernização das salas de exposição e a actualização do discurso museográfico da instituição, é o vencedor da sétima edição do Prémio Vilalva, uma iniciativa da Fundação Gulbenkian que anualmente destaca um contributo importante no domínio da recuperação do património.

A arquitecta Teresa Nunes da Ponte, autora para a Parque Escolar do projecto de requalificação da conhecida Escola Secundária Padre António Vieira, em Lisboa, e coordenadora das recentes intervenções no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, é a autora do projecto, sendo este a receber o prémio no valor de 50 mil euros.

É "uma maneira de começar", diz a arquitecta, que não tem ainda um valor total para a intervenção e explica que o princípio base desta é de "homenagem ao projecto original" de Alberto Cruz, datado de 1954 e que considera "de grande qualidade".

Com soluções de grande originidade e eficácia, para a época, como vitrines expositivas de vidros inclinados, para evitar reflexos, e uma planta que se desenvolve em multiplos quadrados em volta de um claustro, o Museu do Caramulo ganhará apenas uma leitura contemporânea dos espaços já existentes, com uma nova distribuição das peças, o desenho de novos suportes expositivos, a introdução de novas tecnologias de iluminação e uma nova proposta gráfica (da autoria do atelier Pedro Falcão). 

"A intervenção [arquitectónica] resolve essencialmente problemas que o tempo foi causando", explica a Teresa Nunes da Ponte, que trabalhou numa equipa coordenada por Madalena Reis, neta dos fundadores do museu, ainda hoje mantido e gerido pela família, e de que fez parte a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, que participou na redefinição do percurso museológico. 

O júri – constituído pelo presidente do conselho de administração da Parques de Sintra - Monte da Lua António Lamas, o historiador José Sarmento de Matos, o arquitecto e designer José Pedro Martins Barata, a historiadora de arte Dalila Rodrigues e Rui Esgaio, secretário-geral da Gulbenkian – destacou a “relevância e oportunidade do projecto”, a “qualidade da intervenção proposta”, bem como o “criterioso respeito pelo edifício e museografias originais”, assinalando ainda o papel essencial que este museu vem desempenhando enquanto “polo dinamizador da vida cultural da região”.

Antes desta obra, o prémio contemplou o projecto de tratamento e divulgação da Biblioteca da Casa Sabugosa e São Lourenço, em Lisboa (2007), o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja pelos projectos Monumentos Vivos e Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo (2008), a recuperação das ruínas romanas de Ammaia, em Marvão (2009), a Irmandade do Santíssimo Sacramento pela acção desenvolvida na recuperação da Igreja do Sacramento, no Chiado, em Lisboa (2009), o projecto de recuperação de um edifício pombalino na Baixa de Lisboa, da autoria do atelier José Adrião Arquitectos (2011) e o projecto de requalificação e musealização de um conjunto escultórico do século XIX, o Arcano Místico de Madre Margarida do Apocalipse (2012). 

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