Diogo Abrantes quer pôr Cannes a ouvir rádio

Publicitário português lançou uma campanha pela criação de uma categoria de rádio nos Young Lions, prémios que distinguem jovens profissionais da criatividade em comunicação

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Diogo Abrantes
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Falar na magia da rádio é uma ideia batida, mas que nem por isso deixa de ser verdadeira. E não se aplica só a quem ouve, mas também a quem tem de escrever para ser ouvido. As particularidades da rádio requerem criatividade a quem quer “criar uma ideia na imaginação dos ouvintes”. Como é habitualmente o caso de Diogo Abrantes, "copywriter" na agência de publicidade Ogilvy.

Precisamente por já ter feito trabalhos para rádio, o criativo de 26 anos decidiu lançar uma campanha pela criação nos Young Lions – competição anual dirigida a jovens profissionais até aos 28 anos inserida no festival de criatividade em comunicação Cannes Lions – de uma categoria que premeie criações nesta área. “Vamos de Rádio a Cannes” é o mote da iniciativa que pretende contribuir para colmatar esta ausência. “Não se percebe a inexistência dessa categoria nos Young Lions. Os trabalhos de rádio são normalmente dados aos jovens criativos quando entram numa agência. Talvez o filme tenha um 'glamour' diferente, pela produção que envolve. Mas o rádio tem um potencial tremendo. Tudo o que podemos imaginar dá para fazer em rádio”, disse Diogo ao P3.

A ideia para a campanha surgiu quando foram anunciadas pela MOP – que organiza a competição Young Lions em Portugal, na qual será seleccionado o representante nacional que estará no festival em Cannes – as categorias a concurso em 2014: filme, imprensa/outdoor, internet, activação, media, design, relações públicas e "marketing". “Lancei a iniciativa no dia em que abriram as candidaturas para esta fase, que decorrem até 8 de Abril”, explicou.

“Vamos de Rádio a Cannes” é “uma espécie de abaixo-assinado que, em vez de assinaturas, recolhe 'scripts' de anúncios de rádio”, pode ler-se na página da campanha no Facebook. O objectivo de Diogo é reunir guiões, que serão entregues à organização “como se de uma candidatura normal se tratasse”.

“O meu objectivo inicial eram 40 participações”, admitiu Diogo, que começou sozinho mas tem contado com o apoio de colegas porque as expectativas com que partiu foram superadas. “Há cinco ou seis pessoas a ajudar-me. Isto ganhou proporções de que eu não estava à espera”, confessou. A equipa produz alguns dos guiões que recebeu e coloca um por dia na página do Facebook.

O discurso do publicitário é optimista: “Está a correr razoavelmente bem e espero ter um bom calhamaço de envelopes para causar algum impacto”, daí que Diogo acredite que há “fortes possibilidades de a categoria ser criada”.

Relativamente à MOP, o jovem criativo sabe que a organização nacional dos Young Lions tem acompanhado o processo. “Se isto tiver impacto eles vão avaliar a hipótese de criar a categoria. Não estou contra eles, pelo contrário. Estamos a remar no mesmo sentido e se a iniciativa de abrir a categoria rádio nos Young Lions partir de Portugal isso é bom, ninguém perde”, sublinhou.

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