Casa do Infante vai ter Centro Interpretativo dedicado ao Navegador

O investimento total ronda os 300 mil euros, um terço dos quais suportados pela autarquia.

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Nelson Garrido

A Câmara Municipal do Porto e a Associação para a Divulgação da Cultura de Língua Portuguesa (ADCLP) assinaram, nesta terça-feira, um protocolo que vai tornar possível a renovação do circuito museológico da Casa do Infante. O projecto prevê a abertura dentro de um ano de um centro interpretativo dedicado à figura do Infante D. Henrique e aos Descobrimentos.

O protocolo, assinado pelo Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira e pela presidente da ADCLP, Maria Cândida Camossa Saldanha Amorim de Carvalho, tem em vista a ampliação do Museu da Casa do Infante, através de um centro interpretativo alusivo ao Infante D. Henrique. O objectivo passa por homenagear O Navegador, que ali nasceu em 1394 e teve um importante papel nos Descobrimentos e no contacto de Portugal com outros países, com destaque para o Brasil.

O presidente da Câmara falou da importância da ampliação da Casa do Infante que considera de “relevância e profunda carga simbólica” e que pretende aumentar a visibilidade da personagem do Infante D. Henrique e a sua ligação à sua cidade natal.

Rui Moreira destacou o apoio da ADCLP na implementação deste centro interpretativo, que “ultrapassa a atitude mecenática”, especialmente de José Pereira Herdeiro. Moreira considerou que será um “importante factor de internacionalização da marca Porto”, sendo fundamental na valorização do município e da cultura. O investimento total ronda os 300 mil euros, um terço dos quais suportados pela autarquia. O papel da Cultura como “factor primordial de coesão social” foi ainda realçado pelo presidente da Câmara.

A Casa do Infante, classificada desde 1924 como Monumento Nacional, está situada em pleno centro histórico da cidade e era já um pólo cultural e turístico de referência. Com esta ampliação Rui Moreira prevê a “adaptação de novos públicos” e a expansão do turismo, definindo como objectivo atingir os 100.000 visitantes no final do próximo ano, mais 40% do que actualmente.

Durante a cerimónia da assinatura do protocolo, a arquitecta e artista plástica Maria Cândida relembrou a “vontade, o respeito e dedicação” do marido, José Pereira Herdeiro, que faleceu no início do ano. Este advogado e empresário português com negócios no Brasil, foi o fundador da associação cultural ADCLP, cujo projecto ficou a cargo da mulher e agora presidente.

João Borges, secretário-geral da associação e sobrinho de Herdeiro, reforçou também a “entrega generosa” da ADCLP ao projecto que representa, de acordo com o mesmo, “uma valorização dos ideais” do tio em relação à figura de D. Henrique e a o papel da autarquia neste projecto.

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