“Desculpe, Neymar” é o hino dos brasileiros que não vão torcer pela “canarinha”

Música de protesto contra o Mundial do Brasil está a espalhar-se pelas redes sociais.

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Milhares de brasileiros protestaram contra o Mundial no último Verão Ueslei Marcelino/Reuters

“Desculpe, Neymar, mas nessa Copa eu não torço por vocês.” É uma frase que parece improvável vinda de um qualquer brasileiro adepto de futebol, mas o refrão da música do cantor Edu Krieger já se tornou no hino dos protestos anti-Copa no Brasil.

Em menos de duas semanas, os vários vídeos da música já tiveram mais de 60 mil visualizações graças aos milhares de partilhas nas redes sociais.

Com uma melodia calma, a lembrar a Música Popular Brasileira (MPB), “Desculpe, Neymar” reflecte o descontentamento de grande parte da população brasileira para com a organização do Mundial de Futebol.

Durante a Taça das Confederações, que decorreu no Brasil em Junho, foram organizados vários protestos pela melhoria dos serviços públicos e contra o desinvestimento em hospitais e escolas. Os protestos anti-Copa criticam o governo de Dilma Rousseff por se ter lançado na organização de uma competição de grande envergadura, que implica um grande investimento em estádios e outras infraestruturas.

É precisamente este sentimento que é capturado por Edu Krieger, que se dirige directamente ao futebolista do Barcelona e estrela da selecção brasileira, Neymar. “Estou cansado de assistir ao nosso povo/Definhando pouco a pouco/Nos programas das TVs”, canta Krieger.

Para além do jogador, também Luiz Felipe Scolari, o seleccionador brasileiro, merece as “desculpas” do cantor pela “traição” de não apoiar a “canarinha”.

Apesar das queixas, no final da música, o cantor dirige-se aos adeptos e reconhece que mesmo assim não vão deixar de apoiar a selecção. “Mesmo sem grana pra pagar o ingresso caro/Nunca vai deixar de amar o/Nosso escrete aonde for/Eu sei, torcedor/É você quem tem razão.”

A música de Edu Krieger pode muito bem vir a ser “um hino do Mundial”, segundo o jornalista da R7, Cosme Rímoli, que no seu blogue definiu “Desculpe, Neymar” como a “primeira estocada artística contra a Copa mais cara de todos os tempos no Brasil”.

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