Liga dos Bombeiros pede ao Governo estratégia a médio prazo sobre incêndios

Jaime Marta Soares apresentou ao Governo documento resultante do relatório ao dispositivo especial de combate aos incêndios florestais de 2013

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Dispositivo de combate a incêndios para 2014 é apresentado na próxima semana Dato Daraselia/arquivo

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) quer que a análise ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, apresentado este sábado em Santarém, seja a base de um plano estratégico de actuação para o período 2014/2020.

Jaime Marta Soares apresentou ao ministro e ao secretário de Estado da Administração Interna o documento que resultou do relatório ao dispositivo especial de combate aos incêndios florestais de 2013. Numa sessão que contou com a presença de cerca de 700 representantes das associações e corporações de bombeiros de todo o país, referiu que o documento deve “afirmar-se como a matriz de um projecto/plano estratégico”, que defina novos caminhos, com metas e prazos, “e ao mesmo tempo clarifique de uma vez por todas as responsabilidades de cada um”.

Jaime Marta Soares referiu a necessidade de se recuperarem os comandos operacionais de zona e de serem “instruídas todas as pessoas envolvidas no teatro de operações” e de haver melhoria “acentuada” de equipamentos. Sublinhou ainda ser necessário “ter um plano devidamente definido a curto, médio e longo prazo” que garanta a existência de um compromisso entre os poderes políticos (nacional e local).

O ministro da Administração Interna afirmou que as propostas, sugestões e discussões técnicas” constituem uma mais-valia não só para o dispositivo de 2014”, que será apresentado na próxima semana, mas também para o que se pretende fazer nos próximos anos. Miguel Macedo adiantou que estão já em curso algumas alterações, como a que se refere ao plano de formação de bombeiros, que facilita o acesso dos voluntários.

“Há outras matérias que carecem de mais tempo e requerem decisões feitas de forma programada”, afirmou. “Não há decisões sobre essa matéria”, mas diz estar “a fazer tudo para que seja possível, nomeadamente, a aquisição de meios aéreos ao abrigo de fundos comunitários”.

Miguel Macedo assegurou ainda que está a ser feita uma “aposta num dispositivo reforçado”, que compreenda as questões e problemas colocados pelas corporações de bombeiros e que crie condições para que as “exigências operacionais não fiquem condicionadas por constrangimentos financeiros das corporações”.

Jaime Marta Soares apontou a necessidade de haver “uma Lei de Financiamento das Associações e Corpos de Bombeiros” e pediu que, até lá, se faça com urgência uma “actualização imediata dos valores do Programa Permanente de Cooperação”, de forma a garantir o equilíbrio financeiro das corporações. Pediu que, a par da aposta nos meios de combate, haja um reforço do investimento em “prevenção estrutural”, ou seja, no trabalho de planeamento e de ordenamento do território.

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