Parque Biológico de Gaia acolhe tetrazes, espécie desaparecida do país há mais de um século

Na Península Ibérica, o tetraz ou galo-montês apenas pode ser encontrado em habitat natural na Cordilheira Cantábrica, no norte de Espanha.

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O Parque Biológico de Gaia conta com três novos habitantes, um grupo de tetrazes ou galos-montês, espécie desaparecida de Portugal há mais de um século, disse nesta sexta-feira à Lusa o director do parque.

O grupo, um macho e duas fêmeas, chegou ao parque “há algumas semanas” e tem passado por um “período de quarentena”, podendo ser visitado a partir de hoje”, afirmou à Lusa Nuno Oliveira.

Estes três tetrazes viviam em cativeiro num parque holandês, antes de chegarem ao Parque Biológico de Gaia, sendo que em Portugal, “exceptuando uma colecção particular, não existe mais nenhum exemplar da espécie”, esclareceu o responsável.

É agora objectivo do parque “assegurar a reprodução da espécie”.

O tetraz é um galináceo euroasiático que atinge, em média, os 86 centímetros, tem um corpo robusto e asas curtas, e os últimos tetrazes existentes em Portugal encontravam-se na serra do Gerês.

Na Península Ibérica, o tetraz ou galo-montês apenas pode ser encontrado em habitat natural na Cordilheira Cantábrica, no norte de Espanha.

A dieta do tetraz é à base de grão, sementes, pequenos invertebrados e mesmo agulhas de pinheiros, dado que é uma espécie de montanha e terrestre, o que inspira “cuidados especiais no solo, porque as aves terrestres são propensas a doenças”, adiantou Nuno Oliveira.

A cor do tetraz é maioritariamente negra, nos machos, e castanha, nas fêmeas, com manchas vermelhas nos olhos, sendo que a plumagem varia entre machos e fêmeas, com os primeiros a apresentarem maior diversidade e cor.

As penas de cor diferente dos machos da espécie não têm qualquer utilidade prática, sendo que a única função é atrair potenciais parceiras nos rituais de acasalamento.

 

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