Designer de moda L’Wren Scott encontrada morta em Nova Iorque

Conhecida pelas suas criações sensuais e elegantes, a sua morte deixou o seu companheiro, o vocalista dos Rolling Stones Mick Jagger, “completamente chocado e devastado”.

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L'Wren Scott em Abril de 2012 no final de um dos seus desfiles Carlo Allegri/REUTERS
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L'Wren Scott e Mick Jagger Carlo Allegri/REUTERS

A designer de moda norte-americana L’Wren Scott, conhecida não só pelo seu trabalho mas pelo facto de há cerca de 13 anos ser a companheira do vocalista dos Rolling Stones, foi encontrada morta no seu apartamento em Manhattan. Aos 49 anos, e no que a polícia está a descrever como “aparente suicídio”, a morte da criadora de moda deixou Mick Jagger “completamente chocado e devastado”, segundo disse um porta-voz do frontman dos Stones à AFP.

De acordo com a Reuters, a ex-modelo e designer de moda foi encontrada esta manhã no seu apartamento num cenário que sugere enforcamento. Os serviços de emergência foram chamados cerca das 10h05 locais (hora de Nova Iorque) e encontraram Scott inconsciente, tendo-a declarado morta no local de possível paragem cardíaca. A imprensa britânica cita fontes policiais que confirmam que Scott foi encontrada pela sua assistente esta manhã e que a polícia não suspeita de origem criminosa na sua morte. Contudo, as autoridades aguardam ainda o relatório forense para confirmar as causas da morte. 

Mick Jagger estará na Austrália, onde os Rolling Stones têm seis concertos agendados, de onde o vocalista tweetou esta segunda-feira uma imagem sua numa praia, antes de se tornar pública a morte de Scott, dizendo-se ansioso para actuar. O primeiro concerto, em Perth, está marcado para quarta-feira.

L'Wren Scott lançou a sua marca em 2006, depois de ter trabalhado como stylist e como modelo, conseguindo rápido reconhecimento do seu trabalho junto de algumas das estrelas com maior visibilidade dos Estados Unidos, como é o caso de Oprah Winfrey, Angelina Jolie, Sarah Jessica Parker, Christina Hendricks ou Nicole Kidman, mas também da primeira-dama Michele Obama.

Nascida no estado norte-americano do Utah com o nome de baptismo Luann Barnbrough e criada numa família adpotiva mormon, trabalhou ainda como consultora de moda e como figurinista e tinha acabado de lançar uma linha de pronto-a-vestir acessível com a cadeia norte-americana Banana Republic. Em Fevereiro, o desfile de apresentação da sua colecção para o próximo Inverno, na Semana de Moda de Londres, foi cancelado devido ao que na altura foi noticiado como atrasos na produção da linha. 

O seu trabalho como modelo, uma mulher esguia de cabelo negro e 1,93m de altura, levou-a à mais conceituada de todas as passerelles, a de Paris, onde desfilou para casas emblemáticas como a Chanel ou Thierry Mugler, de quem se tornou musa. Chegou ao trabalho de modelo depois de ter sido descoberta pelo fotógrafo Bruce Webber.

Como figurinista, foi responsável pelo guarda-roupa de filmes como Ocean’s 13 e do documentário de Martin Scorsese sobre os Stones Shine a Light, além de ter vestido Nicole Kidman em Eyes Wide Shut, de Stanley Kubrick - tornaram-se amigas e Kidman descreveu-a, ao jornal britânico Telegraph, como uma criadora que “sabe que aspectos acentuar numa mulher”. Na pele de stylist, trabalhou com o fotógrafo Herb Ritts e foi numa dessas sessões que conheceu Mick Jagger.

Aprendeu a desenhar vestuário por si e a sua primeira colecção em nome próprio, intitulada Little Black Dress, foi um sucesso e um dos seus vestidos negros foi iconicamente usado por Madonna. “Gosto de uma silhueta muito sexy”, disse em 2008 à revista New York, associando essa sensualidade à ideia de segurança. O director criativo da Lanvin, Alber Elbaz, assinalou em 2011 o que considerava ser o ponto forte de L'Wren Scott: “o olhar dela é quase como uma máquina fotográfica”. 

Entretanto, várias personalidades e instituições do mundo da moda e do cinema estão a lamentar no Twitter a morte de L'Wren Scott, com o designer Marc Jacobs a postular que a falta da criadora será sempre sentida, ou a actriz Olivia Wilde a elogiar uma pessoa “brilhante, elegante, gentil e generosa”. Bianca Jagger, ex-mulher de Mick Jagger, disse-se de “coração partido ao saber da perda da adorável e talentosa” criadora, a Vogue britânica classificou a morte como “uma verdadeira tragédia para a moda” e o British Fashion Council descreve-a como “uma mulher icónica” e inspiradora, “ e uma designer cujos contributos para a indústria da moda foram extraordinários e únicos”. O responsável pelo Council of Fashion Designers of America, que todos os anos premeia os melhores da indústria numa gala que é conhecida como “os Óscares da moda”, lamentou a perda de um “grande talento”.  
 

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