A minha necessidade de matar zombies é impossível de satisfazer

Adoro jogar para subir nas classificações online e contribuir para que o meu país mate mais zombies do que os outros

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Quando pego no comando e começo a jogar “Resogun” dissipam-se quaisquer dúvidas que tive sobre comprar uma PlayStation 4 no lançamento. Sim, ainda não há jogos de grandes estúdios que justifiquem, para a maioria dos consumidores, uma compra imediata, mas isso foi frequentemente assim nos primeiros meses, ou no primeiro ano, das consolas. Agora simplesmente há mais ruído à volta do assunto porque existem mais canais para se expressar esse descontentamento. Efeito bola de neve. Quando jogo “Resogun” percebo que comprei uma PS4 também por causa destes conceitos.

Para ter as mãos em jogos onde a jogabilidade está acima de tudo. Onde aquilo que mais me fez continuar e voltar aos videojogos ao longo de mais de duas décadas marca maior presença, acima dos gráficos, do som ou da história. E, claro, os gráficos e a banda-sonora de “Resogun” também importam para toda a experiência e processar tanta informação no ecrã de uma forma pacífica só seria possível numa consola desta geração ou num PC.

Depois de mais de cinquenta horas a jogar “Resogun”, na semana passada regozijei-me ao saber que a Housemarque, o estúdio finlandês responsável pelo meu vício e outros do passado, como “Super Stardust HD”, “Super Stardust Delta” e “Dead Nation”, confirmou os rumores das últimas semanas: iriam lançar “Dead Nation: Apocalypse Edition” para a PlayStation 4, uma espécie de versão definitiva do jogo com uma plástica em cima. Finalmente vou conseguir largar “Resogun”, nos próximos meses vou ter “Dead Nation”. Outra vez.

Se “Resogun” preenche-me o coração pelas memórias de infância a jogar shooters dentro de naves espaciais, “Dead Nation” mata-me as saudades de entrar num cenário em top down (ver de cima para baixo) e matar tudo o que parece pela frente. Zombies, aos milhares, e com uma mecânica de dual-stick shooter que não é tão perfeita como noutros jogos da Housemarque mas que ainda assim é incrivelmente satisfatória.

Adoro “Dead Nation: Apocalypse Edition”. Adoro jogar para subir nas classificações online e contribuir para que o meu país mate mais zombies do que os outros. É estúpido, mas é como qualquer outra tabela de classificações em que ficamos viciados, gratifica-nos de uma forma que até temos medo de explicar a nós próprios. Adorei sempre a ideia de que, ao longo destes anos todos, “Dead Nation” foi o jogo para matar zombies nas plataformas da Sony, porque nunca teve o maravilhoso “Left 4 Dead” ou “Dead Rising” (até teve… mas não satisfazia tanto como na Xbox), e fico feliz por nesta semana estar a poder jogar uma versão que corre com muito melhor definição.

Além disso, o apocalipse pode ser jogado a dois, localmente ou online, e isso torna a mecânica do jogo bem mais desenvolta, divertida e facilita a manutenção do multiplicador para subir o nosso número de pontos. Inclui também o pack “Road to Devastation” que há uns anos trouxe dois novos modos ao jogo original, o Arcade e o Endless, bem como um novo, o Challenge, que permite uma competição mais directa com os amigos na PlayStation Network.

Mas a cereja em cima do bolo é Broadcast+, um modo que experimenta pela primeira vez um sistema na PS4. Basicamente, o jogador pode estar a partilhar o seu jogo num dos serviços que a PS4 oferece e, quem estiver a ver, pode interagir directamente na dificuldade do jogo de quem está a transmitir. É algo que já vai acontecendo no Twitch e que recentemente tem sido notícia com o “Twitch Plays Pokemon” de uma forma relativamente diferente, mas que mostra a interactividade que pode existir entre jogadores nestes serviços. Tal como “Resogun”, “Dead Nation: Apocalypse Edition” é gratuito para os subscritores do serviço PlayStation Plus.

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