China avança com a criação de cinco bancos privados

Objectivo é liberalizar o sector financeiro do país.

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Banco da China é um dos quatro que domina o sector. David Gray/Reuters

As autoridades chinesas anunciaram esta terça-feira um programa-piloto para a criação de cinco entidades financeiras de capital privado, numa tentativa de liberalizar o sector financeiro do país.

O presidente da Comissão Reguladora da Banca chinesa, Shang Fulin, confirmou o projecto em conferência de imprensa, assegurando que, neste momento, essas entidades poderão estabelecer-se nos municípios de Tianjin e Xangai e nas províncias de Zhejiang e Cantão.

O chefe do organismo regulador bancário explicou que foram seleccionadas dez empresas privadas para participarem nos "trabalhos de preparação" para a posterior criação dos bancos.

Apesar de não ter especificado quais as companhias, vários meios de comunicação social oficiais chineses avançaram esta terça-feira que, entre as seleccionadas, se encontra o gigante do comércio electrónico Alibaba, a tecnológica Tencent Holdings, a empresa Chint Electronics e os grupos Juneyao, Fosun e Wanxiang.

Cada um dos bancos-piloto, explicou, vai contar, no mínimo, com dois accionistas privados, os quais serão escolhidos após "exames e controlos exaustivos".

"Os novos bancos privados ficarão sujeitos à mesma regulação que os outros, embora devam ter as suas próprias características, centrando-se sobretudo em financiar as pequenas e médias empresas", indicou Shang Fulin.

"A Comissão Reguladora Bancária evitará que as novas entidades se transformem em ferramentas de financiamento para os seus accionistas", frisou o responsável.

Vários analistas argumentam que as grandes empresas estatais, especialmente os bancos, cresceram tanto - ou estão politicamente tão bem conectados - que apenas concedem empréstimos a determinadas empresas "amigas", fazendo com que o financiamento não chegue às empresas mais pequenas.

Actualmente, o primeiro e único grande banco privado na China é o Minsheng, criado em Janeiro de 1996.

O sector bancário no gigante asiático é controlado pelos chamados "quatro grandes", cujo principal accionista é o Estado: o ICBC, o Banco da China, o Banco Agrícola da China e o Banco de Comunicações da China.

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