Editorial: tensão para o jantar

A democracia saiu a ganhar, mas a tensão era inútil

A manifestação começou à hora do telejornal. Num clima de tensão que ameaçava desaguar numa carga policial ou na invasão da escadaria do Parlamento.

Se fosse um jogo de futebol, diríamos que a manifestação dos polícias acabou num empate a zero. Sem violência, sem invasão. Foi o melhor para todos. Os sindicatos das forças de segurança conseguiram uma enorme mobilização e conseguiram projectar mediaticamente o seu protesto. As forças da ordem cumpriram o seu papel e aguentaram a pressão. Assunção Esteves agiu bem, ao permanecer no Parlamento e receber os manifestantes.  

O protesto das forças de segurança é em tudo legítimo, bem como a frustração dos que o integraram. Mas as forças de segurança têm um dever acrescido para com a ordem pública quando exercem o seu direito ao protesto. E os responsáveis sindicais não podem esquecer isso. Não houve violência, nem invasão da escadaria. Foi uma vitória da democracia. Mas a tensão era desnecessária. E tudo podia ter sido diferente.

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