Aumentou número de polícias “em situações extremas” de emergência social

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Em Lisboa, 300 agentes vão mudar de tarefa Rui Gaudêncio

Perto de 260 polícias recorreram ao gabinete de acção social da PSP no ano passado, 39 dos quais tiveram que ser auxiliados pelo gabinete de apoio ao endividamento, que apenas actua em “casos de extrema” emergência.

Os dados foram avançados pelo secretário-geral dos serviços sociais da corporação, o superintendente Jorge Cabrita, que sublinhou o aumento dos pedidos “de natureza extraordinária, para situações extremas de emergência social”.

Segundo os serviços sociais, em 2013 recorreram ao gabinete de acção social mais 12,1 por cento agentes do que em 2012, ano em que 230 profissionais pediram apoio a este serviço.

Dos 258 pedidos, 39 tiveram que ser avaliados pelo gabinete de apoio ao endividamento, estrutura criada em 2012 pela PSP para fazer face “aos pedidos extremos de endividamento e de sobre-endividamento” dos polícias. São quase na totalidade “casos extremos” e com “muitas consequências sociais e humanas no limite”.

Os serviços sociais também atribuíram 187 empréstimos de apoio económico. Jorge Cabrita ressalva que estes empréstimos apenas são concedidos quando estão “esgotados todos os outros meios para resolução da urgência socio-económica” que afecta a vida do polícia e do seu agregado familiar, “especialmente em níveis que ponham em causa a sua dignidade pessoal, profissional e capacidade de trabalho”.

Divórcio, desemprego, problemas de saúde, desestruturação familiar, sobre-endividamento, incumprimento no crédito à habitação no arrendamento, dificuldades no pagamento das despesas escolares e recurso ao crédito ao consumo para obtenção de bens essenciais são alguns dos problemas dos agentes. Os polícias e os civis que trabalham na PSP são obrigados a descontar mensalmente 0,5 por cento do seu vencimento para os serviços sociais.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia não estranha estes dados e o seu presidente, Paulo Rodrigues, conta que recentemente fez uma recolha de bens essenciais, como comida, roupa e livros escolares que depois foram distribuídos pelos agentes mais carenciados.

O presidente do maior sindicato da PSP refere que há muitos polícias com vergonha d a situação em que se encontram, recorrendo, muitas vezes, aos serviços sociais quando já se encontram numa situação-limite.

 

 

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