PCP acusa Governo de preparar cortes definitivos

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João Oliveira transmitiu posição depois de Passos Coelho ter respondido ao requerimento do PCP MIGUEL MANSO

O líder parlamentar do PCP acusou nesta sexta-feira o Governo de se comportar como um "vendedor de banha da cobra", argumentando que a conferência de imprensa da 11ª avaliação da troika mostrou que está a preparar a perpetuação dos cortes.

"Aquilo que acabamos de ouvir nesta conferência de imprensa mostra que temos um Governo que se comporta como um vendedor de banha da cobra", afirmou aos jornalistas na Assembleia da República o presidente da bancada comunista, João Oliveira.

Para o PCP, "aquilo que os portugueses têm pela frente é um Governo que continua a fazer exactamente o contrário do que diz no discurso e que se está a preparar para tornar definitivas todas as medidas anunciadas como temporárias".

João Oliveira argumentou que, ao contrário do que tinha vindo a afirmar, o Governo já não assenta as previsões de crescimento económico somente nas exportações, mas também no aumento do investimento, acréscimo esse que não consegue justificar.

"Quando é perguntado quais são os elementos que justificam essas previsões de aumento de investimento, o vice-primeiro-ministro pura e simplesmente não consegue dar resposta", afirmou.

Segundo João Oliveira, a conferência de imprensa do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, denotou "a dificuldade que o Governo tem em esconder que, por detrás do discurso, está a preparar medidas para perpetuar os cortes".

As respostas dadas relativamente à tabela salarial única e a resposta da ministra das Finanças relativamente à revisão do IRS mostram "confirmam que aquilo que este Governo tem verdadeiramente em preparação, é que esta a tomar medidas para tornar definitivos todos os cortes", apontou.

O PCP acusa o Executivo de "encenar" uma discordância com a ?troika' sobre a descida de salários, dizendo que se opõe quando apresentou no Parlamento uma proposta de lei para rever o Código do Trabalho para "facilitar os despedimentos".

"É assim que se faz, na Função Pública reduzem-se as tabelas salariais e impõem-se cortes extraordinários e, no sector privado, facilitam-se os despedimentos para garantir o abaixamento de salários", afirmou.

João Oliveira reiterou a posição do PCP segundo a qual o Governo usa de um "malabarismo" para descer a taxa de desemprego, porque não contabiliza os trabalhadores que abandonam o país.

 

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