Cartas à directora

O discurso, sempre acertado, de Daniel Sampaio

O discurso, com certeza, acertado de Daniel Sampaio, psiquiatra, no seu texto “A falta colectiva”, na revista 2 do Público, de domingo passado/16.fev.2014, na minha perspectiva, reflecte o oposto do que devia ser escrito, sobre o assunto, nesta altura. Quando se deveria ouvir, que as questões ainda não conseguidas pelo n/ sistema de ensino como por exemplo a resolução da indisciplina na sala de aula, é da responsabilidade de todos os intervenientes no processo do ensino no país e não da exclusividade do professor, surge o discurso, mais do mesmo: “conversar com os alunos, definir regras em conjunto, ser firme mas atento às dificuldades de muitos, sinalizar para as estruturas da saúde aqueles que pelo seu comportamento disruptivo continuado necessitam de um apoio especializado. …”; se assim, não acontecer, quem deveria ter “falta colectiva”, diz DS, é quem nada faz para a resolução do problema. Nesse contexto, como professor, se fizer parte da “falta colectiva” realmente será injusto, pois, decidi escrever esta carta, e se for publicada, quem porventura a ler, fará, quer queira ou não, a sua própria reflexão. Se existe irresponsabilidade neste problema, será sempre de todos nós portugueses; a sociedade, como se diz. O resultado do nosso futuro, será sempre o trabalho, dito, de antecâmara, que fizermos na e pela educação dos nossos filhos; esse trabalho começa sempre em casa; alargar-se-á, depois a todos os intervenientes exteriores, desde o cidadão anónimo, ao jornal local, à comunicação social em geral, à igreja, até às estruturas que nos governam a todos. Enfim, se há atitudes que, pela minha condição de professor, observo no trabalho dos meus colegas com os seus alunos, são: o diálogo, coerência e firmeza na comunicação, definição de regras, atenção às dificuldades, parceria com estruturas de apoio, entre muitas outras inerentes ao desempenho do seu trabalho. Trabalho, sim; ser professor é trabalhar; ser professor não é nenhuma actividade espiritual; servir-se-á, também, do espírito para ser melhor. Os professores portugueses, estão sempre preparados para mais e melhor formação, mas não precisam de “lições” de cartilha.

Gens Ramos, Porto

Empate

A Alemanha tem 350 mil Km2, 80 milhões de habitantes e um PIB de 80 mil dólares per capita; a França tem 500 mil Km2, 60 milhões de habitantes e um PIB de 60 mil dólares, a Turquia tem 700 mil Km2, 60 milhões de habitantes e um PIB de 2500 dólares, a Ucrânia tem 600 mil km2, 50 milhões de habitantes e um PIB de 1500 dólares. A Turquia e a Ucrânia são sociedades etnicamente heterogéneas e conflituais no Mar Negro, uma zona tampão para a chamada “área de instabilidade global”, onde a NATO e a Rússia são chamadas a colaborar, não sendo prudente tentar desmantelar os dois países, como se fez na Jugoslávia. Os acontecimentos em Kiev, com fogo de artifício para as câmaras, devem terminar num empate e na manutenção do statu quo garantido pelos dois blocos.

Maria Ribeiro, Lisboa


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