As gerações David Bowie, Arctic Monkeys e Lorde vencem nos prémios Brit

Bowie torna-se o mais velho premiado, mas foi Kate Moss à la Ziggy Stardust que recebeu o Brit, e Lorde suplanta Lady Gaga na noite em que Prince, Beyoncé e Arctic Monkeys animaram Londres.

Fotogaleria
Bowie, que não esteve presente na cerimónia dos Brits, a actuar em 2004 em Paris MARTIN BUREAU/afp
Fotogaleria
Alex Turner, frontman dos Arctic Monkeys, na abertura dos Brits 2014 JM Enternational
Fotogaleria
Kate Moss no figurino de Ziggy Stardust, acompanhada por Noel Gallagher Toby Melville/Reuters
Fotogaleria
A actuação de Lorde Toby Melville/Reuters
Fotogaleria
Prince apresenta o prémio de melhor artista britânica JM Enternational
Fotogaleria
Ellie Goulding recebeu de Prince o Brit de melhor artista feminina britânica JM Enternational
Fotogaleria
Beyoncé actuou na cerimónia JM Enternational
Fotogaleria
Lorde, Disclosure e AlunaGeorge actuaram juntos JM Enternational

Estávamos em 1984 e David Bowie subia ao palco em Londres para receber o prémio Brit de melhor artista masculino. Alex Turner, o vocalista dos Arctic Monkeys, só nasceria dois anos depois. Na noite de quarta-feira, as duas gerações quase se cruzaram no palco que três décadas antes já tinha sido dominado por Bowie – aos 67 anos, ele voltou a receber o Brit e os Arctic Monkeys foram considerados o melhor grupo britânico e autores do melhor álbum britânico pela terceira vez.

Na cerimónia dos Brits 2014, os prémios da indústria musical do Reino Unido, David Bowie competia com Jake Bugg, o fenómeno de guitarra britânico que nasceu em 1994, e com os igualmente jovens James Blake, John Newman e Tom Odell. Mas foi Bowie e o seu The Next Day, o seu primeiro álbum numa década, a levar para casa o troféu – ou melhor, foi a supermodelo Kate Moss a recebê-lo em seu nome, e fê-lo vestida com o fato de coelho original de Ziggy Stardust. Aos 67 anos, Bowie tornou-se assim no mais velho premiado com um Brit, e aproveitou para juntar ao agradecimento a sua posição na discussão sobre a independência da Escócia do Reino Unido – “Escócia, fica connosco”. Há 30 anos, Bowie concorreu pelo mesmo prémio com os Spandau Ballet, os Culture Club, Paul Young e um tal de Prince, que também voltou a deixar a sua marca nos Brits de 2014.

Este prémio cristaliza o que foi o ano Bowie, e equilibra a balança dos galardões musicais de o criador de Ziggy Stardust ter sido batido por James Blake e o seu Overgrown em Outubro passado nos conceituados Mercury Awards. “A forma como ele atirou o seu single ao mundo sem qualquer publicidade ou hype e o facto de o ter conseguido manter em segredo é inaudito no mundo moderno”, entusiasma-se, citado pelo Guardian, o crítico musical Simon Price. “Criou tal falatório que basicamente confirma 2013 como o Ano Internacional de David Bowie.”

A noite foi também dos inevitáveis Daft Punk, o melhor grupo internacional, e o agora perito em concertos que são quase surpresa Prince fez uma fugaz e muito aplaudida aparição para coroar Ellie Goulding como melhor artista feminina britânica. A adolescente mais influente do mundo, a neo-zelandesa Lorde, ganhou o prémio de melhor artista feminina internacional contra nomes como o de Lady Gaga e Katy Perry e actuou com os Disclosure. Bruno Mars foi o melhor músico internacional numa cerimónia que teve actuações de Pharrell Williams e a surpresa Beyoncé - o diário britânico The Independent descreve estas presenças como “importadas dos Grammys” para dar mais centelhas aos Brits, cuja falta de interesse e animação tem sido criticada nos últimos anos.

Essa reputação foi alimentada pelos Arctic Monkeys, um dos grupos mais importantes da cena rock britânica da última década, que durante anos recusaram actuar nos Brits ou brincaram abertamente com os prémios. Na noite de quarta-feira, os Arctic Monkeys e o seu aclamado AM deixaram uma marca nos Brits 2014. Não só o single R U Mine? abriu a cerimónia de forma incendiária, como o grupo de Sheffield voltou a criar recordes: vencendo o prémio de melhor grupo britânico, tornaram-se o primeiro grupo a receber não só este prémio, mas também o de melhor disco britânico em três anos.

Quanto aos novos artistas, o Brit foi para os Bastille e os prémios Global Success e de melhor vídeo foram entregues à boyband One Direction. 

Sugerir correcção
Comentar