Galos que lutam no Equador

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"Em Otavalo, no Equador, todos os sábados tem lugar um concurso de lutas de galos, que atrai 'galleros' de todas as províncias do país. As regras e os rituais dos combates são rigidamente definidos e remontam à época colonial. Os galos são pesados e depois levados para uma sala onde os 'galleros' se desafiam para a luta. Após a escolha dos contendores, os galos são preparados para o combate, sendo-lhes colocada uma garra artificial feita de carapaça de tartaruga. Os combates têm a duração de dez minutos e doze segundos. Caso um dos galos vença o combate (deixe o outro galo impossibilitado de continuar o combate após uma contagem de dez segundos ou o 'mate') durante os primeiros doze segundos, o prémio pode atingir os mil dólares. Após os primeiros doze segundos, o prémio para o 'gallero' vencedor é variável, dependendo da categoria dos galos. Mas o dinheiro envolvido não é apenas o dos prémios para os vencedores. Antes de se iniciarem os combates, a luta é para comprar um lugar o mais perto possível da arena, que custa cerca de trinta dólares. Depois, são as apostas. Os combates têm início às três da tarde e prolongam-se até às duas da manhã. Com o avançar das horas, os ânimos nas bancadas vão-se exaltando, sendo as apostas de valores cada vez mais elevados. Num dia de combate, pode-se ganhar ou perder muito dinheiro, num país cuja maioria da população vive em condições económicas extremamente precárias. A discussão em torno da luta de galos no Equador tem sido profunda. Os argumentos dos opositores e dos defensores das lutas são mais ou menos os mesmos que são lançados em Portugal relativamente às touradas. Por um lado, os opositores defendem que se trata de uma actividade violadora dos mais elementares direitos dos animais, em que estes são instrumentalizados e vítimas de um verdadeiro massacre que visa, em última análise, o lucro dos organizadores, dos 'galleros' e dos apostadores. Os defensores das lutas falam em tradições e no carácter natural das lutas entre os galos." Tiago Lopes Fernandez