Viber comprado por empresa japonesa de comércio electrónico

Rakuten vai desembolsar 900 milhões de dólares, cerca de 658 milhões de euros.

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Mikitani e Marco no anúncio do negócio, em Tóquio Yoshikazu TSUNO/AFP

O Viber, um popular serviço cipriota de mensagens e chamadas através da Internet, vai ser comprado pela Rakuten, uma gigante japonesa do retalho na Internet, que também fornece serviços empresariais e que é dona da Kobo, uma fabricante canadiana de leitores de livros electrónicos.

O negócio foi anunciado nesta sexta-feira, numa conferência conjunta do fundador e presidente executivo da Rakuten, Hiroshi Mikitani, e do criador do Viber, o israelita Talmon Marco. A aquisição do Viber, que não é uma empresa cotada, custará 900 milhões de dólares, cerca de 658 milhões de euros. Será inteiramente paga em dinheiro e deverá estar concluída até ao final de Março.

“Desenvolvermos este sistema de mensagens sozinhos teria sido impossível”, afirmou Mikitani na conferência, em Tóquio, explicando que pretende usar o Viber para aumentar a base de utilizadores dos serviços da Rakuten e para criar sistemas que ajudem a pôr em contacto vendedores e clientes. “Com o Viber, vamos ligar as mensagens ao comércio electrónico. No futuro, o comércio electrónico será uma transacção mais assente na comunicação”.

O Viber, criado em 2010, tem 225 milhões de utilizadores. Começou por ganhar popularidade como uma aplicação para enviar mensagens e fazer chamadas gratuitamente entre telemóveis ligados à Internet. Em Maio do ano passado, lançou um serviço semelhante para computadores, tornando-se assim um concorrente do Skype. É também concorrente da popular aplicação de mensagens What’sApp e faz parte das aplicações conhecidas como over the top, assim chamadas por funcionarem através da Internet e na infra-estrutura de rede dos operadores de telecomunicações, com cujos serviços concorrem. Actualmente, está disponível nas plataformas mais populares, incluindo o Windows e Windows Phone, o iOS e OS X (o sistema da Apple para computadores) e Android.

A Rakuten, que viu os lucros crescerem 106% ao longo do ano passado, para perto dos 321 milhões de euros, tem andado às compras. Para além da Kobo, comprou serviços de comércio electrónico no Brasil e na Alemanha, adquiriu a empresa espanhola de filmes online Wuaki.tv e um serviço semelhante em Singapura. Em 2012, tinha liderado uma ronda de investimento de 100 milhões de dólares no Pinterest, um serviço para guardar e partilhar conteúdo na Internet.

O principal accionista da companhia nipónica é uma empresa americana chamada The Crimson Group, que se dedica a construir estruturas ecologicamente sustentáveis, com 17% do capital. Mas o fundador e a mulher, que têm participações separadas, são, quando contabilizados em conjunto, donos de 26% da empresa. Através de três bancos, o JP Morgan Chase tem uma participação de aproximadamente 8,5%.

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