Presidente da RTP garante que reestruturação está a ser cumprida

Alberto da Ponte diz que a sua equipa não está contra as mudanças decididas pelo Governo de criação de um novo conselho geral. Se estivesse, ter-se-ia demitido.

O presidente da administração da RTP garantiu esta quarta-feira no Parlamento que o plano de reestruturação da empresa pública de media “está a ser executado religiosamente com sucesso”, ainda que esteja atrasado na componente de redução de trabalhadores e de modernização devido à falta de dinheiro.

Alberto da Ponte, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Ética, salientou que desde 2011, quando as primeiras linhas orientadores do PDR – Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento foram lançadas, até agora, a RTP fez uma “enorme esforço de ajustamento” e reforma estrutural. Houve uma redução de 94 milhões de euros de receitas vindas da indemnização compensatória - a última vez que existiu foi em 2013 – e uma redução de nos gastos de 70 milhões de euros.

“O que perfaz um total de ajustamento de 164 milhões de euros, que é praticamente o orçamento da cultura, e que representa cerca de 70% das receitas esperadas em 2013”, vincou.

O presidente da RTP realçou também que a empresa “ganhou relevância e preferência” nas audiências: no primeiro trimestre de 2013 os dois canais de TV em sinal aberto tinham 14,7%, e no último trimestre chegou aos 16,8%.

“O PDR está a ser executado religiosamente com sucesso. É verdade, com atraso na componente de redimensionamento e, fruto da falta de cash, da sua modernização”, admitiu Alberto da Ponte.

Sobre a decisão do Governo de criar um novo conselho geral independente que irá nomear e supervisionar os futuros conselhos de administração, Alberto da Ponte disse que este novo modelo de governo da empresa “não fere” o contrato inicial que a sua equipa tem.

“A vontade do accionista é soberana; se entendêssemos que iria contra a nossa ética e contra aquilo para que fomos chamados, tínhamos uma solução muito fácil que era demitirmo-nos.”

O presidente deixou, no entanto, alguns avisos sobre a intenção do Governo seguir à risca o modelo do operador público britânico, com o BBC Trust, lembrando, enquanto “gestor com experiência” que houve “falhas” que é preciso não repetir na RTP, criticando o facto de em Portugal o processo estar a ser feito com “tanta pressa”.
 
 
 
 
 

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