Colódio húmido, fotografia com as próprias mãos

É um líquido viscoso, uma substância de origem vegetal, com um cheiro forte e uma aderência fácil. Foi descoberto em 1847 — inicialmente foi aplicado no isolamento de ferimentos de guerra — e usado durante décadas na fotografia. E o processo, desconhecido de muitas das últimas gerações, está a ser recuperado por Ivan Silva, que se apaixonou pelo colódio húmido. É "a magia de ver aparecer a imagem", explicou ao P3 o autodidacta de 24 anos que recuperou esta técnica. A fotografia "evoluiu no sentido da comodidade", uma linha de montagem que ele quer contrariar, procurando "criar tudo com as próprias mãos", "retratos com estética e profundidade únicas". Ivan criou uma máquina do tempo (e para isso usa uma máquina de grande formato, uma Calumet 4x5) e aos poucos vai revelando esta arte (no dia 15 de Fevereiro estará na loja Máquinas de Outros Tempos, no Porto; estão marcados workshops para os dias 1 e 2 de Março no mesmo espaço). O processo demora cerca de 20 minutos. No final sobra uma chapa de alumínio, um cheiro intenso a lavanda e memórias.