Jacco Gardner é um holandês voador. Bem, talvez voador não seja a descrição correcta. É-a certamente sonhador. Multi-instrumentista de formação clássica, abandonou o percurso na erudita para perseguir a música que lhe preenchia a cabeça, Gardner é um apaixonado pelo universo onírico da pop psicadélica dos anos 1960, de Syd Barrett aos Zombies, das harmonias dos Beach Boys aos Beatles enquanto "ratos" de estúdio de Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band.

Cabinet of Curiosities, o álbum que editou em 2013, barroquismo pop superiormente orquestrado e habitado por um deslumbramento infantil com as possibilidades do som e do sonho, levou o nome de Jacco Gardner bem além da Holanda natal. Alvo de críticas elogiosas tanto na imprensa musical especializada no psicadelismo da década de 1960 quanto na generalista, Cabinet of Curiosities revelou-nos um músico singular. Há alguns meses, vimo-lo no festival Milhões de Festa, em Barcelos. Agora reencontramo-lo. Jacco Gardner toca esta segunda-feira no Passos Manuel, no Porto (22h30; primeira parte dos Glockenwise; bilhetes a 10€). Amanhã, terça-feira, estará em Lisboa, no Musicbox (23h; primeira parte de Erika Buettner, bilhetes a 10€).

Em Barcelos, entrevistámo-lo horas antes do concerto. Estava preocupado com um teclado que se havia partido na viagem. Não tinha que se preocupar. Foi um óptimo concerto. A entrevista, publicamente originalmente no Ípsilon, pode ser lida aqui. A crítica a Cabinet of Curiosities, aqui.