Ministro reafirma que Martifer irá recrutar “prioritariamente” actuais trabalhadores

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Aguiar Branco diz que será o primeiro-ministro a revelar as novas medidas

O ministro da Defesa reafirmou neste sábado que a empresa responsável pelos estaleiros de Viana do Castelo vai recrutar, "prioritariamente", trabalhadores entre os actuais, mas nem o governante, nem os sindicatos, quiseram adiantar conclusões sobre o plano social em marcha.

"Sabemos que a empresa Martifer [novo sub-concessionário dos terrenos e infraestruturas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo] recrutará, em prioridade, portanto prioritariamente, trabalhadores actuais dos estaleiros de Viana do Castelo, aqueles que precisa para a sua actividade", disse o ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco.

O ministro falava aos jornalistas à saída de uma reunião no Instituto de Defesa Nacional, no Porto, a segunda realizada, no espaço de quatro dias, com o objectivo de discutir o plano social, no âmbito do fecho dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Além de Aguiar-Branco, participaram na sessão elementos da União de Sindicatos de Viana do Castelo e o presidente do conselho de administração dos estaleiros, Jorge Camões, mas todos remeteram, para segunda-feira, mais novidades sobre o plano social que está em curso, no âmbito do fecho dos ENVC.

"Foi possível, nesta reunião, dar resposta às questões que nos tinham sido colocadas na outra [a 29 de Janeiro no Ministério da Defesa Nacional], e entendemos que sejam comunicadas aos trabalhadores em primeira mão", disse Aguiar-Branco.

O plenário com os trabalhadores está marcado para segunda-feira, pelas 15h30, depois de uma reunião das estruturas sindicais que deverá ocorrer de manhã, segundo adiantou o coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo, Branco Viana, sem dar mais pormenores sobre a reunião deste sábado.

"O senhor ministro transmitiu aquilo que pensa das nossas sugestões da reunião de dia 29. Viemos receber respostas às nossas sugestões. Nós - e pedimos desculpa por isso - não vamos fazer mais declarações porque queremos que sejam os trabalhadores a saber de toda esta realidade primeiro", disse Branco Viana.

Em cima da mesa estiveram propostas feitas pelos sindicatos, para minimizar os efeitos sociais do encerramento dos ENVC para os trabalhadores ainda com vínculo, no âmbito do plano social definido pela administração dos estaleiros públicos.

O plano social lançado em Dezembro envolve indemnizações globais pela rescisão amigável dos respectivos contratos, a pagar aos 609 trabalhadores, no valor de 30,1 milhões de euros.

Até ao momento, aderiram a estes acordos cerca de 150 funcionários dos estaleiros, que receberam indemnizações globais de quase 10 milhões de euros.

À tutela também tem sido pedido que consiga garantir que a nova empresa, a West Sea do grupo Martifer, recrute trabalhadores de entre os atuais funcionários dos estaleiros. A West Sea prevê criar 400 postos de trabalho.

Ao longo de quase 70 anos de actividade, os ENVC construíram mais de 220 navios de todo o tipo.

 

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