"Os socialistas gastam e a nós toca-nos poupar", diz Portas

Na Convenção do Partido Popular espanhol, o líder do CDS-PP desfiou os sinais positivos da economia nacional, concluindo: "Portugal is back".

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Paulo Portas Nuno Ferreira Santos

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou esta sábado, em Espanha, que os socialistas "são muito bons a gastar o dinheiro dos outros", mas recorrem aos partidos do centro-direita quando o dinheiro acaba.

"O socialista é muito bom a gastar o dinheiro dos outros, mas quando acaba o dinheiro chamam-nos a nós e a vocês para compor as coisas", disse, suscitando grandes aplausos numa plateia formada por dirigentes e militantes do Partido Popular (PP) espanhol.

"Os socialistas tendencialmente gastam e a nós toca-nos poupar", disse ainda, referindo-se às próximas eleições europeias e perguntando se os eleitores devem votar "nos que causaram o problema ou nos que tiveram a ingrata tarefa de resolver a solução".

Paulo Portas falava na Convenção Nacional do Partido Popular (PP) que decorre desde sexta-feira e até domingo em Valladolid, 190 quilómetros a norte de Madrid, sob o lema "Espanha na boa direção".

Numa intervenção que suscitou aplausos por várias vezes, Portas recordou que o CDS-PP e os Populares espanhóis são parceiros europeus e afirmou que o PP "é o partido com mais membros do clube, o maior partido de centro-direita da Europa".

"Por isso, creio que é compreensível uma palavra de reconhecimento a Rajoy, Aznar, Fraga, os três desenhadores, obreiros deste potente projeto de unidade que é o PP de Espanha", disse.

A ausência do ex-presidente do Governo, José María Aznar do encontro de Valladolid está a marcar a reunião que ocorre num momento de tensão interna dentro do PP devido a polémicas como a lei do aborto.

Portas deixou uma mensagem de defesa da unidade também a nível europeu, criticando os que tentam dividir o norte e o sul do continente com "preconceitos culturais".

Para o presidente do CDS-PP, "não há dois países iguais. Nós somos vizinhos e diferentes. Uma crise de dívida é muito dura, mas uma de preconceitos culturais é muito mais dura".

"Não gosto dos discursos que querem dividir a Europa entre os do norte, que trabalham, e os preguiçosos do sul", afirmou.

A Europa, considerou ainda, "é uma só e a diversidade da Europa é essencial" e o contributo do sul para a riqueza da Europa "é enorme".

"A nossa história fala por nós e por isso temos de merecer o nosso futuro", disse.

"Portugal is back"

Em português, afirmou que depois de três anos "muito difíceis", em que o povo português mostrou "muita dignidade" e "fez sacrifícios e esforços pelo bem comum", Portugal está a três meses de terminar o resgate.

"Terra à vista, diriam os nossos marinheiros. Acabou recessão, estamos a crescer mais que a zona euro, o desemprego é muito alto e a maior fratura da nossa sociedade, mas começou a descer e os indicadores de confiança são os melhores desde 2010", disse.

"Tivemos um recorde no turismo, nascem mais empresas e desaparecem menos empresas. Portugal vale a pena, Portugal vai conseguir, Portugal vai a melhor. Portugal 'is back'", afirmou.

Dada a integração das duas economias ibéricas, Portas saudou os sinais positivos que surgem da economia espanhola, afirmando que "se a economia de Espanha acelera, isso é bom para Portugal, e se a portuguesa recupera, é positivo para a espanhola".

"Foi uma boa decisão não ter pedido o resgate. E fez muito bem quando na oposição facilitou inscrever a regrar de ouro na constituição. Essa atitude construtiva ajudou Espanha a evitar 'troikas', outros resgates e males piores", disse Portas.

"Só alguém que é testemunha do que é um resgate pode dizer isso com sinceridade e amizade", concluiu.
 

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