Paulo Rangel reticente a coligação PSD/CDS nas legislativas

Paulo Rangel deverá liderar a lista da coligação PSD/CDS nas eleições europeias.

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Paulo Rangel é o cabeça de lista da coligação PSD/CDS nas europeias Nelson Garrido

Em entrevista à Antena 1, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel defendeu esta quinta-feira que é a favor de coligações e considera que é "muito importante" os partidos da governação irem juntos às eleições europeias. Quanto às legislativas, defende que o PSD terá de pensar e avaliar as "circunstâncias" do momento.

Apontado como cabeça de lista da coligação PSD/CDS às eleições europeias, Paulo Rangel disse esta quinta-feira que "é importante os partidos irem juntos" às europeias, mas quanto às legislativas, "aí temos de reflectir", disse, argumentando que só mais perto da data se deve analisar a questão, que depende das "circunstâncias".

O social-democrata concorda que a saída da crise política de Julho – a demissão do ministro das Finanças, Vitor Gaspar, e a demissão "irrevogável" de Paulo Portas do Ministério dos Negócios Estrangeiros -obrigou os dois partidos a assumirem que concorrerão juntos às eleições europeias.

Já sobre o PS, Paulo Rangel considera que os socialistas têm falta de credibilidade e que estão cada vez mais isolados ao nível europeu. "O PS está a ficar albanizado", afirmou. No entendimento de Paulo Rangel, já não há nenhum partido do centro esquerda europeu democrático que queira reformas realistas do país e que esteja na situação do PS. E prossegue dizendo que "o PS podia mostrar uma vontade de negociar e depois mostrar propostas concretas", as quais poderiam ser aceites ou não. E insistiu na ideia de que deveria ser essa a pedagogia do PS "não só para o interesse nacional, mas também para o interesse partidário", sintetizou.

E entende que estas eleições europeias vão ser mais decisivas para o PS do que para a coligação PSD/CDS, porque "um mau resultado do PS vai ter repercussões no PS", o que não acontecerá com a coligação – um mau resultado da coligação nestas eleições não terá impacto no Governo, acredita.

No entanto, o eurodeputado diz que só irá pensar nas  europeias depois do Congresso do PSD, que se realiza a 21, 22 e 23 de Fevereiro, em Lisboa.  
 
Paulo Rangel  disse ainda que é possível implementar no país uma política assente numa maior equidade dos sacrifícios, sobretudo “nas PPP’s [parecerias público privadas] e nas rendas excessivas".

Confrontado com o facto de essa ser a crítica que a oposição faz ao Governo – cortes que a ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque, garante que já estão em curso neste Orçamento –, Paulo Rangel insiste que “é possível fazer mais ainda”.

O eurodeputado lembra que sempre foi defensor de coligações com o CDS, mas aponta algumas críticas à acção governativa desta coligação. Critica, nomeadamente, a forma como foi feita a convergência das pensões: "Devia ter sido gradual, a começar em 2012, 3% ao ano e já estaríamos perto dos 10%", disse em entrevista à Antena 1.

Acusa o Governo de não ter aproveitado, logo a seguir às eleições, para fazer entendimentos com o PS e concorda que o seu partido teve culpa nesse processo: "Aí a culpa é nossa, mas depois disso também o PS se fechou completamente", explicou.

Para Paulo Rangel, Marcelo Rebelo de Sousa continua a ser um bom candidato, que daria “sem dúvida” um bom Presidente da República . O eurodeputado não fez a leitura que toda a gente fez, quando Passos Coelho defeniu o perfil de candidato ideal a Presidente da República. No entanto, afirma que Marcelo Rebelo de Sousa não é o único que daria um bom candidato: "Como ele há muitos outros no PSD que podem fazer esse papel", tal como também existem bons candidatos socialistas.
 
 
 
 
 
 
 

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