O râguebi feminino está envolto em nevoeiro

A época está a ser conturbada e muitas jogadoras já abandonaram a modalidade, mas vamos continuar a lutar e não vamos desistir

Sofia Nobre, jogadora do SL Benfica e da selecção nacional
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Sofia Nobre, jogadora do SL Benfica e da selecção nacional
António Simões dos Santos
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António Simões dos Santos

Há 14 anos que jogamos râguebi a um nível federado. Após muitas lutas e várias conquistas, conseguimos que a variante feminina solidificasse o seu lugar no râguebi português. Inicialmente foi complicado, mas com o passar dos anos começaram a respeitar o nosso valor e a nossa qualidade técnica.

Ao longo de todas estas épocas, durante o ano disputávamos a Super Taça, o campeonato nacional de XIII, a Taça de Portugal e finalizávamos a temporada com o campeonato nacional de sevens, uma variante com características bem definidas.

Infelizmente, no início deste ano, após uma votação onde prevaleceu a vontade da maioria dos clubes do Norte do país, ficou definido que o râguebi feminino só iria contar com torneios de sevens durante a época 2013-14, que terá a duração de nove meses.

Ainda foi possível jogar a Super Taça, que colocou frente a frente o RC Técnico e o SL Benfica, mas a partir desse encontro pouco se fez a nível competitivo no râguebi feminino português. No Sul optou-se por realizar torneios de 10, no Norte têm-se dedicado aos sevens.

No entanto, não vamos desistir. Vamos continuar a lutar e a acreditar que tudo vai melhorar. A nossa selecção de sevens continua a treinar e, este ano, vai ser formada uma Academia, com o objectivo de preparar uma equipa para um possível apuramento para os Jogos Olímpicos de 2016!

A época está a ser conturbada e envolta em nevoeiro. Como consequência, muitas jogadoras, face à quase total inexistência de competição, abandonaram o râguebi e apostaram em outros desportos. Só nos resta a nós, que ainda resistem, esperar que o sol nos ilumine para o futuro e esperar por dias melhores para o râguebi feminino em Portugal.

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