Grupo Leya diz respeitar autores e não comenta saídas

Comunicado do grupo surge na sequência do fim da relação contratual com herdeiros de Saramago e das criticas de Miguel Sousa Tavares.

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O grupo editorial Leya disse esta sexta-feira em comunicado que tem muito respeito pelos autores dos livros, mas escusou-se a comentar a saída de alguns nomes da literatura portuguesa, como o Nobel José Saramago ou João Tordo.

"A Leya nunca comentou nem irá comentar a saída de autores. Temos o maior respeito pelos autores", afirmou o grupo numa nota da editora presidida por Miguel Pais do Amaral.A posição da Leya surge depois de uma das editoras do grupo Leya, a Editorial Caminho, ter
anunciado na quarta-feira que vai deixar de publicar as obras de José Saramago, por falta de acordo com as herdeiras do Nobel da Literatura."As herdeiras de José Saramago e a Editorial Caminho informam que não foi possível chegar a acordo sobre as condições contratuais que permitiriam continuar a publicar nesta editora a obra do escritor", lê-se num comunicado assinado pelas herdeiras do escritor, a viúva, Pilar del Rio, e a filha, Violante Saramago Matos, e ainda por Tiago Morais Sarmento e Zeferino Coelho, da Editorial Caminho. "Cessa por isso, nesta data, a parceria iniciada há 35 anos, com a publicação de
A Noite (1979)", remata o comunicado enviado à agência Lusa.Em declarações à Lusa, fonte da fundação, falando em nome das duas herdeiras do escritor, garantiu que a obra do José Saramago "não vai ficar sem editor em Portugal": "Estamos à procura de uma nova editora", acrescentou.
Também o escritor João Tordo, vencedor em 2008 do prémio Saramago com
As Três Vidas e autor de títulos como O Bom Inverno, Anatomia dos Mártires ou O Ano Sabático, resolveu sair daquele grupo. O escritor, que nos últimos anos publicou na editora da Leya D.Quixote, assegurou, no entanto, que não vai sair do grupo pelas mesmas razões suscitadas pelas herdeiras de Saramago nem por descontentamento com a relação com a Leya, tendo dito ao PÚBLICO na quinta-feira que "precisava de uma coisa diferente".Como o PÚBLICO noticiou quinta-feira
, o escritor Miguel Sousa Tavares admitiu que também abandonou a Leya, referindo que não considera que o grupo esteja "vocacionado para a edição de livros". Miguel Sousa Tavares, um dos escritores que vende mais livros em Portugal, afirmou que "a Leya matou a identidade das editoras" que agregou desde a sua fundação, em 2008. O autor já publicou o seu último romance, Madrugada Suja, de 2013, na Clube do Autor, editora da qual é sócio em parceria com Margarida Rebelo Pinto. 

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