Japan Airlines detecta novo problema nas baterias dos Boeing 787

Modelo já esteve impedido de voar no mundo inteiro durante mais de três meses, mas a empresa tinha solucionado problema nas válvulas de ventilação. Novo incidente cancelou ligação entre Tóquio e Banguecoque.

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O avião já não saiu do aeroporto de Narita e os técnicos da Boeing estão a ajudar a perceber o incidente YOSHIKAZU TSUNO/AFP

A transportadora aérea Japan Airlines (JAL) identificou uma nova falha nas baterias de um aparelho Boeing 787, o mesmo modelo que em 2013 registou uma série de problemas nestas mesmas peças, que obrigaram à paragem de toda a frota mundial daquele tipo de aviões.

Um porta-voz da JAL confirmou à agência Efe que o pessoal de manutenção do aeroporto de Narita, em Tóquio, detectou fumo a sair da parte inferior da fuselagem do 787 quando não estavam ainda passageiros a bordo. O avião estava escalado para fazer uma ligação entre Tóquio e Banguecoque, na Tailândia.

O painel de controlo do aparelho tinha registado um alerta de um funcionamento incorrecto da bateria principal e nos sistemas de carga. Mais tarde, as equipas técnicas verificaram que uma das válvulas de ventilação de uma das oito baterias do avião foi activada e foi encontrada uma pequena fuga do líquido do acumulador.

A válvula de ventilação é uma das modificações realizadas pela Boeing depois da série de avarias detectadas no início de 2013 e está desenhada para libertar pressão dos contentores das baterias quando há sobreaquecimento das mesmas.

Pouco depois de conhecido o caso, na sua conta oficial do Twitter, a Boeing assegurava que as alterações e melhorias introduzidas nas baterias dos 787 devido ao sobreaquecimento "parecem ter funcionado" de maneira correta neste caso e salientou que os seus técnicos estavam a trabalhar com a JAL para que o avião afectado voltasse ao serviço.

No início de 2013 várias companhias de todo o mundo mantiveram durante cerca de quatro meses os seus 787 Dreamliner em terra depois de se registarem vários casos de sobreaquecimento das baterias dos aviões.

Apesar da Boeing não ter conseguido apurar a razão das avarias, redesenhou o sistema para prevenir os casos de sobreaquecimento.

Em Outubro a Japan Airlines tinha já optado por comprar 31 aeronaves novas à Airbus, num negócio estimado em 9500 milhões de dólares (perto de 6997 milhões de euros). A entrega dos primeiros 18 aviões começará em 2019 e será feita ao longo de seis anos, tendo na altura o Financial Times escrito que este acordo foi um duro golpe para a Boeing, responsável, até àquela altura, pelo fabrico de 78% da frota de 214 aparelhos da companhia aérea nipónica.

O modelo 787, a última produção da Boeing, esteve proibido de voar no mundo inteiro durante mais de três meses, devido a dois problemas ocorridos em duas semanas de Janeiro, nomeadamente um sobreaquecimento incontrolável, no Japão, e um início de incêndio, nos EUA.

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