A ideologia e o bom senso

Nesta sexta-feira assistimos a mais um capítulo da novela dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com a assinatura do contrato de subconcessão. Com algum folclore pelo meio – o presidente da Câmara de Viana foi depositar uma coroa de flores pela morte da construção naval no país – a frase do dia pertenceu ao ministro da Defesa Nacional, que disse que a subconcessão foi uma "opção ideológica”. Aguiar-Branco diz que o “Estado não tem de saber construir navios”.

Então se o Estado não sabe fazer navios, ao menos deveria saber fazer uma concessão. Primeiro, não se percebe por que é que desde o início foi o Ministério da Defesa, e não o das Finanças (que tem a experiência), a gerir o dossier da privatização/subconcessão. E depois também não se percebe por que é que, tal como aconteceu com o BPN, o Estado não contratualizou com a Martifer no caderno de encargos um número fixo de trabalhadores a contratar. Isto não é ideologia, é bom senso. E é a vida de milhares de trabalhadores. 

 
 

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