MoMA vai demolir Museu de Arte Tradicional

Projecto de expansão do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque vai afectar não só todos os pisos como os espaços em volta

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Vista da rua DR/Diller Scofidio + Renfro

O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) vai mesmo avançar com a demolição do edifício do Museu de Arte Tradicional para se poder expandir. Esta foi a principal novidade saída da reunião do conselho de administração, que aconteceu esta quarta-feira. A demolição deste edifício contíguo era uma possibilidade em aberto há uns meses mas não estava ainda confirmada. O museu deu ainda a conhecer o ambicioso plano de expansão que tem por objectivo criar uma maior acessibilidade ao público e aumentar os núcleos expositivos.

Nem depois de toda a contestação de arquitectos de renome, prémios Pritzker incluídos, e encabeçada pela Liga de Arquitectura de Nova Iorque, o conselho de administração do MoMA desistiu da ideia de demolir o edifício do Museu de Arte Tradicional, que comprou em 2011. Em comunicado, Glenn D. Lowry, director do MoMA, anunciou a obra, explicando que a decisão foi tomada depois de “uma análise longa e rigorosa”, que mostrou que a “única forma de se conseguir um campus completamente integrado” é exactamente “criando-se um novo edifício no lugar do Museu de Arte Tradicional”.

A decisão foi tomada administração em conjunto com o gabinete Diller Scofidio + Renfro, autores do High Line Park, que nasceu sobre a linha férrea desactivada na região Oeste de Manhattan, que argumentaram que não poderiam preservar este edifício sem que tivessem de o remodelar quase na sua totalidade.

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Interior do piso térreo DR/Diller Scofidio + Renfro

A decisão de demolir este edifício foi anunciada no início de Maio no âmbito do processo de expansão do MoMA e, na altura, foram indicados motivos como o facto de a fachada do edifício existente (de bronze) não se coadunar com a do MoMA (vidrada) e pelo facto de os pisos não serem alinhados.

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Plano para a entrada do museu DR/Diller Scofidio + Renfro

Em expansão desde 1983

O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque não só é um dos museus mais conhecidos e reputados do mundo como está em expansão desde 1983, aumentando gradualmente o seu espaço expositivo graças à aquisição de vários edifícios no quarteirão onde tem sede.

A sua história, e a começar logo na década de 1930 da sua fundação, passa por várias instalações temporárias até se fixar na rua West 53rd entre a Quinta Avenida e a Avenida das Américas em Manhattan, sendo que na mais recente e mais extensa renovação parte das exposições do MoMA foram deslocadas para a sua extensão em Long Island City, o PS1, até à reabertura em 2004. A aquisição do vizinho Museu de Arte Tradicional, uma obra do atelier Tod Williams Billie Tsien, data de 2011, estando a instituição desactivada desde Abril de 2013.

A demolição deste museu faz assim parte de mais uma ambiciosa expansão, desejada há muito tempo por Glenn D. Lowry. Já aprovada, além da construção de um novo edifício no lugar do Museu de Arte Tradicional, foi também a ampliação de todos os andares, que permitirá criar novos núcleos de exposição.

Segundo o comunicado, o museu vai assim ganhar cerca de quatro mil metros quadrados em novas galerias e espaços públicos, o que representa um crescimento de 30% no espaço disponível aos visitantes. O espaço adicional “vai permitir ao museu expor de forma mais integrada as suas colecções em todas as disciplinas – fotografia, arquitectura, design, cinema, desenho, performance, pintura e escultura”.

Outra novidade ainda será a entrada do MoMA, que também vai crescer com o intuito de se tornar “mais presente na rua e de forma mais acolhedora”. A entrada será por isso maior e terá uma ligação ao jardim das esculturas, o Abby Aldrich Rockefeller Sculpture Garden, que passará a ser de acesso gratuito. “O nosso objectivo, em termos muito simples, foi usar este projecto para fazer um museu melhor”, esclarece o director, que quer ter “o museu mais acolhedor, envolvente e importante possível”.

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