Pela calçada fora

Desta vez, fomos Calçada do Combro abaixo e relembrámos porque vale a pena o esforço de a voltar a subir

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Pedro Soenen

Muito se sobe e desce em Lisboa, palmilhando a celebrada e por vezes árdua calçada portuguesa. Desta vez, fomos Calçada do Combro abaixo e relembrámos porque vale a pena o esforço de a voltar a subir! Situada na Colina de Santa Catarina, ela é, juntamente com a Rua do Loreto, uma súmula representativa do que de melhor podemos encontrar na zona, entre Bairro Alto e Bica. Para percorrer a Calçada, a nossa aliada foi a mochila, mãe e filha em modo turista na exploração deste troço inclinado.

De costas para o Largo do Camões, começamos por deparar com o ex-Cine Paraíso, agora novamente Ideal, em remodelação para honrar a memória do que foi o primeiro cinema lisboeta, espera-se, se o projecto aguentar as frentes difíceis da crise. Segue-se o Sea Me, restaurante de ambiente refinado especializado em peixe e marisco, dispondo de "take-away" para quem quiser evitar as filas. Um pouco mais à frente espreitamos a Casa da Índia, que apesar do nome, é um restaurante típico português, barulhento mas com preços em conta, não muito apropriado para crianças, mas indicado para graúdos que após o jantar queiram fazer uma investida pelo Bairro Alto. Continuamos até encontrar uma montra muito singular: velas de todas as cores e feitios – é a Caza das Vellas Loreto, um espaço antigo, bonito e muito útil. Mais à frente, bebemos um chá na Pastelaria Bijou do Calhariz, a nossa preferida numa zona com muita oferta, recentemente renovada. Para quem quiser experimentar o Elevador da Bica e explorar o respectivo bairro, é já ali ao lado!

A antiga Biblioteca Camões, com nova cara e apesar de “disfarçada”, continua a permitir-nos o acesso ao espaço de leitura tradicional. Logo depois está a rua que nos leva até ao renovado Miradouro do Adamastor, com a sua vista única sobre a cidade e espaços de restauração. A descida torna-se entretanto mais acentuada e percorremos grande parte da calçada a olhar para montras antigas e sem vida, até acharmos a loja do estilista português Filipe Faísca. Mais à frente, podemos almoçar na recente e badalada Taberna Portuguesa e depois procurar um livro novo, usado ou até mesmo esgotado na Livraria Letra Livre.

Na volta, eu e a Lupe respiramos fundo e subimos pelo outro passeio, onde voltamos a encontrar o já famoso (e coberto) Park - ver a minha primeira crónica aqui no P3 - e de imediato a Moov, uma loja acolhedora onde o atendimento personalizado nos faz parar no tempo: relógios, óculos de sol e outros acessórios "trendy" são uma perdição! Na subida temos o simpático restaurante O Príncipe do Calhariz, típico mas com espaço e cadeiras para bebés, e preços bastante razoáveis. A Flower Power encontra-se mais à frente: um conceito que concilia uma florista com um café extremamente charmoso, ideal para uma pausa na companhia de um copo de vinho. A terminar a nossa saga, podemos descobrir a revista que procurávamos na Loja das Revistas, cuja oferta de publicações estrangeiras é assinalável. Mais do que um ponto de passagem, a Calçada é um verdadeiro ponto de encontro!

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