Líbano anuncia morte de comandante da Al-Qaeda no país

O grupo liderado por Majid al-Majid fez vários ataques na região, incluindo lançamento de rockets contra Israel, antes de se ter focado na guerra síria.

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O conselheiro cultural iraniano no Líbano foi uma das vítimas do atentado de Novembro Behrouz Mehri/AFP

As autoridades libanesas acusaram-no de ser o líder das Brigadas Abdullah Azzam, um grupo jihadista ligado à Al-Qaeda que reivindicou vários ataques desde 2009, incluindo o atentado contra a embaixada iraniana de Beirute, que em Novembro fez 25 mortos. Majid al-Majid estava detido e morreu na sequência de uma crise renal.

O Exército libanês divulgou um curto comunicado onde diz que o saudita, um dos 85 mais procurados em Riad, morreu sábado de manhã “durante um tratamento no centro hospitalar militar depois de a sua saúde se ter deteriorado”.

Só na sexta-feira é que o Exército confirmara a sua identidade, depois de ter realizado testes de ADN. No mesmo dia, familiares dos mortos na explosão da embaixada iraniana manifestaram-se a pedir que ele fosse julgado no Líbano e não enviado para o seu país, a Arábia Saudita, onde também era procurado – a justiça libanesa já o tinha condenado à revelia em 2009 por pertencer ao grupo armado Fatah al-Islam.

Foi nesse ano que surgiram as Brigadas Abdullah Azzam: o grupo, que segundo o Departamento de Estado norte-americano operava tanto no Líbano como na Península Arábica, fez vários ataques na região, incluindo lançamento de rockets contra Israel, antes de se ter focado na guerra síria. Majid al-Majid terá assumido a liderança a meio de 2012, antes de começarem as operações de maior envergadura.

Na Primavera do ano passado, quando o movimento xiita libanês aHezbollah assumiu que estava a participar no conflito na Síria ao lado do ditador Bashar al-Assad, as Brigadas Abdullah Azzam fizeram do próprio Hezbollah um alvo; os iranianos, seus financiadores, passaram a ser visados também.

Segundo os jornais libaneses, Majid foi preso na última semana de Dezembro quando viajava de Beirute para o Vale de Bekaa, junto à fronteira com a Síria. Terá sido capturado quando estava numa ambulância depois de ter feito diálise num hospital da capital libanesa.
 
 

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