Já não são só as praias que tornam famosa a ilha de Praslin

De entre as centenas de ilhas que formam o arquipélago das Seychelles só três já tiveram equipas campeãs nacionais.

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O Côte d’Or festeja o seu primeiro título de campeão Seychelles Football Federation

Os testemunhos locais não fazem a coisa por menos: foi uma época histórica no futebol das Seychelles. Não, o arquipélago não se qualificou para o Mundial 2014 (não sobreviveu à primeira eliminatória e foi logo afastado pelo Quénia). E não, a selecção não obteve nenhuma vitória extraordinária. Tratou-se de algo muito mais específico: pela primeira vez na história do campeonato local o vencedor da prova foi uma equipa da ilha de Praslin, a segunda maior do arquipélago.

As Seychelles são formadas por 115 ilhas. A maior delas é Mahé, onde está localizada a capital Victoria e que alberga 90% da população (que não chega aos 100 mil habitantes) deste arquipélago no Oceano Índico. E desde a independência do Reino Unido, em 1976, o troféu de campeão das Seychelles tem ficado regularmente em Mahé. Em 2002, quando o La Passe, da ilha de La Digue (terceira ilha em termos de população), conquistou o seu primeiro título – ainda que o tenha partilhado com o St. Michel United – e quebrou a hegemonia de Mahé. A equipa seria campeã outras três vezes (2004, 2005 e 2009).

Em 2013, foi a vez de Praslin reclamar o seu primeiro troféu de campeão. O responsável por esta proeza foi o Côte d’Or, que obteve o primeiro título da sua história. A conquista só foi garantida na derradeira jornada do campeonato, com um empate (1-1) no terreno do La Passe, da ilha vizinha de La Digue, que terminou a prova em segundo lugar. “Houve muita gente a viajar de Mahé e os adeptos do Côte d’Or pintaram La Digue de laranja. Foi, seguramente, a maior assistência de sempre num jogo de futebol no campo de L’Union, já que a ilha em peso disse presente para apoiar a equipa local”, podia ler-se na newsletter da Federação de Futebol das Seychelles.

O Côte d’Or, finalista derrotado na final da Taça das Seychelles em 2012, obtinha assim o feito mais destacado da sua história. E garantiu uma vaga na pré-eliminatória da Liga dos Campeões africanos, onde encontrará os angolanos do Kabuscorp.

Mas a emancipação de Praslin não foi o único evento digno de registo no ano futebolístico das Seychelles. O guarda-redes Nelson Sopha despediu-se da selecção aos 38 anos de idade: “Dediquei 21 anos da minha vida ao meu país. Sinto que é altura de me afastar e dar espaço aos mais jovens”. E Dwight Yorke, ex-avançado que representou o Manchester United entre 1998 e 2002, visitou o arquipélago numa iniciativa para promover o futebol. Um ano em cheio, portanto.

Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos
 

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