Greves nos transportes marcam fim de 2013 e início do novo ano

Paralisações vão afectar transporte rodoviário, ferroviário e aéreo. Nestes dois últimos, as empresas esperam um impacto reduzido na circulação.

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Carris tem de assegurar serviços mínimos Pedro Martinho/Arquivo
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Nelson Garrido

O ano de 2013 termina nesta terça-feira com greves dos trabalhadores de várias empresas do sector dos transportes, e o cenário repete-se no primeiro dia de 2014.

Os trabalhadores da Carris, que opera em Lisboa, e da Transportes Sul do Tejo (TST), que faz a ligação rodoviária entre Lisboa e os concelhos da península de Setúbal, estarão em greve a partir das 18h desta terça-feira e na quarta-feira durante todo o dia. No caso da Carris, foram decretados serviços mínimos para esta terça-feira: será garantido o funcionamento de metade das carreiras 781 e da rede da madrugada.

Segundo Manuel Leal, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), as paralisações nos autocarros de Lisboa ocorrem como protesto contra o Orçamento do Estado para 2014 e os cortes nos salários aos trabalhadores. Para quinta-feira está agendada nova reunião entre as organizações representativas dos trabalhadores da Carris para "dar continuidade a este processo de luta".

A greve nos TST foi justificada pelo sindicato dos motoristas como a forma que os trabalhadores encontraram para se "manifestarem pelo facto de serem ignorados pela empresa".

No Porto, os trabalhadores da STCP vão também fazer greve neste último dia do ano, tendo que assegurar o funcionamento de quatro carreiras (300, 301, 302 e 303). O protesto foi convocado pelo Sindicato Nacional dos Motoristas.

Greve na aviação
No sector da aviação, a TAP antecipa a possibilidade de atrasos durante esta terça-feira devido à greve convocada para a Groundforce, mas mantém toda a operação e horários, à semelhança do dia 24. Fonte oficial da TAP disse à Lusa que a transportadora "mantém todo o planeamento da sua operação e horários de aviões, mantendo-se o que foi a mensagem que [se tentou] passar aos clientes" na véspera de Natal, quando ocorreu um período de greve idêntico.

"É possível que venham a ocorrer alguns atrasos, mas não prevemos o cancelamento de qualquer voo e mantemos a operação como previsto", sublinhou a mesma fonte, reafirmando o que a TAP havia comunicado no começo do mês.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), que representa 840 trabalhadores da Groundforce, avançou para a greve em protesto contra a reorganização dos tempos de trabalho, "que resulta em horários de nove e dez horas", segundo a estrutura sindical.

Também os pilotos da easyJet da base de Lisboa cumprem hoje e quarta-feira os dois últimos dos quatro dias de greve agendados para o período do Natal/Ano Novo, mas a companhia diz que "a maioria dos voos programados" para esta terça e quarta-feira "não serão afectados" pela paralisação. A excepção vai para os voos para Berlim, Liverpool e Madrid, "que poderão sofrer algum impacto".

Para estes voos, e de forma a "minimizar os inconvenientes" para os passageiros, a easyJet está a desenvolver o plano de contingência. A companhia aérea recomenda aos passageiros que verifiquem o estado do voo na página de Internet da empresa antes de se dirigirem para o aeroporto, pois "poderão registar alguns atrasos".

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) emitiu um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário, em dia de descanso semanal e dia feriado. Mas fonte oficial da CP garante que a maioria dos comboios urbanos de Lisboa e Porto deverá estar a circular normalmente na quarta-feira. Este pré-aviso, que termina a 2 de Janeiro, abrange a CP, a CP- Carga, a Refer e EMEF.
 

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