Salgado reconhece existência de "dificuldades" para garantir qualidade de obras da Câmara de Lisboa

O vereador também admite que é preciso dar mais informação aos moradores afectados por obras como a da criação de uma Zona 30 no Bairro das Estacas.

O vereador Manuel Salgado afirmou na última reunião da Câmara de Lisboa que esta entidade “tem tido dificuldades quanto à qualidade técnica das obras” que tem realizado na cidade. O autarca admitiu também que “há muito que melhorar no que diz respeito à informação” prestada aos cidadãos sobre algumas dessas obras.

Manuel Salgado, que tem o pelouro do Espaço Público e que durante boa parte do anterior mandato foi responsável pelas Obras Municipais, explicou que essas “dificuldades” se devem a problemas que os empreiteiros enfrentam hoje para mobilizar meios técnicos, contratar pessoal e adquirir materiais. O que, diz, “faz arrastar as obras” e compromete a sua qualidade.


O autarca reagia a críticas do vereador António Prôa sobre a criação de Zonas 30 em Alvalade, nomeadamente no Bairro das Estacas. O eleito social-democrata sublinhou que estas “são medidas consensualmente aplaudidas”, desde logo por contribuírem para uma acalmia de tráfego e melhoria da segurança dos peões, mas alertou para a existência de problemas na sua execução. Entre eles, enunciou, o facto de as obras se arrastarem “durante largos meses” e de não ser dada qualquer informação sobre elas aos moradores.


Na reunião que se realizou na quarta-feira, a Câmara de Lisboa aprovou uma proposta relativa ao pagamento de trabalhos a mais nas obras do Jardim do Campo Grande, com os votos contra do PSD, PCP e CDS. O presidente da autarquia já tinha determinado a realização de um inquérito interno para apurar responsabilidades no desvio de custos e no atraso que esses trabalhos tiveram.


António Prôa fez notar que, no texto que determinou a realização desse inquérito, António Costa se referiu ao atraso na obra como “escandaloso”. Em resposta, José Sá Fernandes voltou a dizer que concorda com a decisão do presidente, mas rejeitou o uso daquele adjectivo. O vereador da Estrutura Verde atribuiu os atrasos ao temporal de Janeiro, à descoberta de raízes “muito à superfície”, que obrigaram a modificar o pavimento, e ao facto de algumas situações não estarem devidamente cadastradas.
 

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