Mais um lobo abatido, o quinto no período de um ano em Portugal

Ambientalistas exigem que o Estado investigue e puna crimes contra esta espécie protegida por lei.

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O lobo é uma espécie protegida por lei mas continua a ser alvo de caçadores furtivos Pedro Cunha/Arquivo

Várias associações ecologistas e ambientalistas portuguesas e espanholas denunciaram esta quinta-feira a morte de mais um lobo ibérico, desta vez no concelho de Vila Nova de Paiva, exigindo o fim da passividade das autoridades e do "clima de impunidade".

"O lobo ibérico é uma espécie ameaçada e protegida por lei, cuja protecção é um dever inalienável do Estado Português e cuja perda empobrece toda a sociedade", salientam, em comunicado, 12 organizações, entre elas a Quercus, a Liga para a Proteção da Natureza e o Grupo Lobo.

As associações subscritoras salientam que não podem "assistir de braços cruzados ao desaparecimento sistemático do nosso último grande carnívoro", cuja população a sul do Rio Douro se estima em menos de 50 animais e que está sujeita a várias ameaças com origem em ações humanas.

"Desde há um ano, este é já o quinto acto criminoso do género que se tem conhecimento, juntando-se à morte de quatro lobos na população a norte do Douro: três a tiro, um deles, muito recentemente, no Parque Nacional da Peneda-Gerês,  e um outro vítima de laço. Destes quatro casos recentes, apenas um resultou em acusação judicial com aplicação de uma multa irrisória, não tendo havido quaisquer acusações ou penalizações legais nos restantes", denunciam.

Relativamente ao lobo morto no concelho de Vila Nova de Paiva, as organizações referem que o cadáver foi encontrado com ferimentos de tiros de caçadeira disparados à queima-roupa, "não deixando dúvidas sobre a intencionalidade do crime".

"Trata-se de mais um acto de perseguição deliberada, tendo o animal sido abatido e abandonado no local", sublinham, pelo que exigem ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana e, especialmente ao Ministério Público, que "punam estes crimes contra o património natural".

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