Queda de helicóptero em Monchique faz um morto e dois feridos

Acidente ocorreu numa zona de difícil acesso. Outro helicóptero, um Kamov, foi accionado para resgatar as vítimas.

Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas na queda de um helicóptero em Monchique, no Algarve. A vítima mortal era funcionária da EDP, tal como um dos feridos. O outro é o piloto da aeronave, que foi sujeito a uma cirurgia antes de ser desencarcerado.

O helicóptero é propriedade da empresa Heliportugal e estava ao serviço da EDP Distribuição, a realizar uma vistoria às linhas eléctricas de média tensão da REN, um trabalho que exige que o aparelho se aproxime das linhas para avaliar a respectiva carga térmica. Segundo os bombeiros, o helicóptero terá colidido com os cabos eléctricos. 

O alerta foi dado por trabalhadores que estavam no local e procediam ao corte de madeiras, segundo disse à Lusa o comandante dos bombeiros de Monchique, Manuel Carvalho. A empresa informa que nomeou uma comissão interna para apurar o que aconteceu.

O acidente ocorreu por volta das 14h30 em Vale de Água de Cima. Para as operações de socorro foram mobilizados 14 bombeiros, apoiados por seis veículos. Às 15h33 foi accionado o helicóptero pesado de socorro e assistência Kamov, estacionado no heliporto de Loulé, para resgatar as vítimas, uma vez que o acidente ocorreu numa zona de difícil acesso da serra de Monchique, entre Casais e Marmelete.

Em comunicado, a Heliportugal explica que o helicóptero acidentado, um EC120 Colibri, foi adquirido novo à Eurocopter "especialmente para esta missão de vistoria de cabos de média e alta tensão", que a empresa assegura "há mais de dez anos, com mais de dez mil horas de voo". A Heliportugal, sublinha a própria, é "a única empresa em Portugal a realizar este trabalho, um dos mais especializados e exigentes" no ramo.

Na nota, a empresa diz que está a colaborar com as autoridades competentes com vista ao apuramento das causas do acidente. "A Heliportugal lamenta profundamente o sucedido e está solidária com as vítimas e os seus familiares", remata.

Também a EDP emitiu um comunicado ao final da tarde, no qual informa que as inspecções aéreas a infra-estruturas eléctricas com helicópteros são realizadas desde 1994 e que, em média, por ano, são inspeccionados 25 mil quilómetros de linhas de energia eléctrica de muito alta, alta e média tensão pertencentes às redes de distribuição e transporte, o que equivale a cerca de 800 horas de voo por ano.

Povoações sem luz

A povoação de Marmelete e as zonas circundantes ao local onde caiu o helicóptero ficaram sem energia eléctrica devido à quebra dos cabos pelo aparelho, disse à Lusa o presidente da câmara, Rui André. A EDP confirma que o acidente provocou a interrupção do fornecimento de energia eléctrica em três subestações – Monchique, Aljezur e São Teotónio – durante 13 minutos. Na zona envolvente ao local do acidente foi necessário proceder ao corte de energia durante mais tempo, para permitir os trabalhos das equipas de socorro, tendo sido reposto o fornecimento às 17h.

A GNR estabeleceu um perímetro de segurança até à chegada dos inspectores do Instituto Nacional de Aviação Civil, que vão investigar as causas do acidente.

 

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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